A investigação que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fez sobre o primeiro vazamento de petróleo da Chevron, no Campo de Frade, em novembro passado, indicou que a petroleira teria descumprido a regulamentação e seu próprio manual de procedimentos, resultando em um derramamento de 3,7 mil barris de petróleo no mar. Inicialmente, a estimativa era de 2,4 mil barris.
O resultado parcial da investigação, antecipado pela agência Reuters no início da noite, foi confirmado pela assessoria de imprensa da ANP. O relatório de conclusão da investigação será detalhado amanhã pela agência reguladora, em coletiva de imprensa em sua sede, no Rio de Janeiro.
Em novembro passado, um problema no equipamento de perfuração no campo de Frade, localizado na Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro, provocou o vazamento. Quatro meses depois da primeira ocorrência, foi identificado novo vazamento, de proporções menores.
As gotículas de petróleo que emergiram de fissuras do leito marinho reacenderam o debate em torno das responsabilidades sobre o vazamento. Inicialmente, ANP, Ibama, Ministério Público e Polícia Federal concordaram que a petroleira norte-americana era a responsável pelo acidente.
Na semana passada, peritos da Polícia Federal concluíram laudo afirmando que não houve dano ambiental, abrindo uma crise entre PF e Ministério Público. O próprio MP já havia sugerido uma multa de R$ 20 bilhões à petroleira. O Ibama, por sua vez, multou a empresa em R$ 50 milhões. Já a ANP informou nesta semana que a multa auferida pela a agência não deve passar R$ 50 milhões também.
No início da semana, a Chevron pediu à ANP autorização para voltar a produzir petróleo no Brasil. De acordo com a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, a volta deve acontecer "em breve".
A produção de cerca de 70 mil barris diários de óleo equivalente (petróleo e gás) da companhia americana no campo de Frade foi suspensa em março a pedido da própria Chevron, depois de a empresa encontrar um segundo vazamento no mesmo campo onde houve o primeiro acidente.
A Chevron é operadora do campo de Frade, com 51,74% de participação, ao lado da Petrobras, com 30%, e Frade Japão Petróleo Limitada, com 18,26%.