Sede da Renault em Paris.| Foto: BERTRAND GUAY/AFP

A montadora francesa Renault está sendo investigada por possíveis fraudes envolvendo as emissões de seus veículos. A suspeita está ligada ao que foi encontrado na Volkswagen no último ano.

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Nesta quinta-feira (14), as ações da Renault na França caíram mais de 20% após o anúncio da polícia de que foram realizadas buscas em escritórios do grupo, potencialmente ligadas “às consequências do caso de motores adulterados da Volkswagen”, de acordo com um sindicato.

Agentes do órgão que fiscaliza fraudes econômicas na França visitaram instalações da montadoras que têm a ver com a certificação de emissões de seus motores. Eles teriam confiscado no último dia 7 computadores em quatro prédios da companhia, incluindo a sede, localizada em Boulogne-Billancourt.

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As autoridades francesas que apuram o escândalo da Volkswagen na Europa estenderam a investigação para várias montadoras, incluindo a Renault e a Peugeot.

Outro lado

No fim da tarde desta quinta, a Renault informou que a comissão técnica independente implementada pelo governo francês, conhecida como Comissão Royal, “está testando atualmente 100 veículos em circulação, sendo 25 modelos da marca Renault, ou o equivalente à participação de mercado da Renault na França”.

Segundo a montadora, até o fim do ano passado 11 veículos foram testados, dos quais quatro veículos da Renault, “permitindo que os órgãos do governo francês iniciassem um diálogo proveitoso com a engenharia da Renault”.

A companhia também disse que “as equipes da Renault estão cooperando plenamente com os trabalhos da Comissão Royal e as investigações complementares definidas pelo Ministério da Economia”.

Escândalo

A fiscalização sobre as montadoras se intensificou a partir de setembro do ano passado, quando veio à tona que a Volkswagen teria utilizado dispositivo para fraudar os resultados dos controles de dados de emissões em milhões de veículos em todo o mundo, em várias marcas de seus automóveis, entre 2009 e 2015.

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No último dia 8, dois procuradores dos Estados Unidos afirmaram que a Volkswagen não cooperou com os estados dos Estados Unidos nas investigações sobre a tecnologia usada para adulterar a quantidade de gases poluentes emitidos por seus veículos a diesel.

O governo dos EUA entrou, no dia 4, com uma ação civil contra o Grupo Volkswagen com a alegação que a montadora violou as normas de ar limpo (Clean Air Act) do país, instalando dispositivos ilegais que maquiaram as emissões de 600 mil veículos.

As penalidades civis no processo, aberto pelo Departamento de Justiça em nome da Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) e apresentado ao tribunal distrital de Detroit, podem custar mais de US$ 20 bilhões à multinacional alemã, segundo a ação.