O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não conseguiu ampliar substancialmente o investimento em infraestrutura em relação ao crescimento da economia. Segundo estudo apresentado ontem pelo economista Claudio Frischtak, da InterB Consultoria, em seminário na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, o Brasil investiu apenas o equivalente a 2,53% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, considerado o auge dos projetos do PAC.

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Entre 2007 e o ano passado, o volume de recursos em infraestrutura quase dobrou, mas o crescimento não foi proporcional na comparação com o PIB. O total aplicado em 2007 foi de R$ 54,5 bilhões, ou 2,05% do PIB. No ano passado o volume subiu para R$ 93 bilhões com o PAC, mas representava 2,53% do PIB, um avanço de 0,48 ponto porcentual. Na média entre 2008 e 2010, essa proporção foi de 2,62% do PIB.

"O que espanta é que depois de todo o esforço do governo com o PAC os investimentos subiram menos de 0,5% e pararam aí, não há sinal de que vai continuar crescendo", disse Frischtak.

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Para ele, mais preocupante ainda é o fato de o PAC não ter atraído a iniciativa privada para projetos de infraestrutura, apesar das limitações fiscais do governo. Do avanço de 0,48 ponto, só 0,07% veio do setor privado. O restante saiu da expansão dos aportes do governo e de estatais.

"Independente de ideologia, não temos escolha. Integrar o setor privado ao investimento em infraestrutura é a única saída", afirmou o economista, que defende a aplicação de 6% do PIB anuais em infraestrutura, sendo 4% da iniciativa privada, por 20 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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