Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Contas externas

Investimento estrangeiro bate recorde em março

Vídeo: |
Vídeo: (Foto: )

Brasília – Surpreendendo os analistas e o próprio Banco Central, o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil disparou em março e ficou em US$ 2,778 bilhões, segundo informou ontem o BC. O valor, recorde para meses de março desde o início da série, em 1947, foi duas vezes superior ao verificado em fevereiro e 70,5% maior do que o registrado em março de 2006. O BC esperava que os investimentos ficassem em torno de US$ 1,2 bi.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Altamir Lopes, o resultado ficou muito acima do esperado por causa de duas grandes operações que ocorreram no final de março, uma no setor químico e outra no setor de intermediação financeira. Ele não informou qual o volume dessas operações e nem quais empresas participaram delas.

No primeiro caso, segundo fontes, a operação teria sido realizada pela empresa multinacional Bunge, em uma troca de ações com outra unidade da própria empresa no Brasil, resultado que tem saldo zero nas contas externas. No setor financeiro, o investimento seria decorrente da troca de ações entre o Banco Itaú e o norte-americano Bank of América.

Nos três primeiros meses do ano, o fluxo de IED ficou em US$ 6,578 bi, o correspondente a 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do período, também o melhor resultado da série do BC, excluindo-se os anos em que entraram no país recursos para privatizações. No primeiro trimestre de 2006, o IED somou US$ 3,957 bi, o equivalente a 1,56% do PIB daquele período. Em 12 meses, o saldo de investimentos no Brasil atingiu US$ 21,402 bi (1,96% do PIB).

Lopes afirmou que o crescimento dos investimentos no Brasil reflete o aumento da confiança na economia, conseqüência da estabilidade econômica, da redução do risco país e das perspectivas de crescimento econômico. "Esse cenário atrai o investidor estrangeiro", disse. Ele acrescentou que novos nichos econômicos, como o setor de álcool combustível, também estão atraindo investidores.

Viagens

Os gastos dos brasileiros com viagens ao exterior aumentaram 28% no primeiro trimestre do ano e saltaram dos US$ 1,246 bilhão de igual período do ano passado para US$ 1,594 bilhão. O crescimento das despesas, de acordo com Lopes, vem sendo puxado pelo dólar barato e pelo crescimento da renda média da população. Só em março, a quantia de dólares deixada por turistas fora do país subiu dos US$ 498 milhões de fevereiro para US$ 521 milhões.

Altamir destacou que a elevação dos gastos vem sendo acompanhada por um crescimento das receitas obtidas com a vinda de estrangeiros ao Brasil. "Não é normal que isto ocorra em conjunturas de aumento dos gastos com viagens internacionais", comentou.

Para Altamir, a elevação das receitas reflete a melhoria da infra-estrutura turística do país. No primeiro trimestre, o volume de dólares trazidos por estrangeiros aumentou quase 10%.

A queda do dólar também tem provocado um aumento dos gastos com cartão de crédito internacional. "Uma parte disso é de comércio pela internet. Mas o peso maior é dos pagamentos de despesas com viagens ao exterior", explicou.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.