Brasília - O Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 5,971 bilhões em julho, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). O valor é superior ao observado no mesmo mês do ano passado, quando o IED totalizava US$ 2,635 bilhões. De acordo com o BC, o crescimento do IED em julho é reflexo da compra de mais da metade da cervejaria Schincariol pela empresa japonesa Kirin, uma operação de R$ 3,95 bilhões.
Além do IED, o gasto dos turistas brasileiros também disparou em julho. No mês passado, a conta paga por turistas no exterior superou a receita obtida com estrangeiros no Brasil em US$ 1,7 bilhão, maior valor desde o início da série histórica do Banco Central, em 1947. Esse saldo negativo do turismo foi o principal componente do déficit das contas externas brasileiras, que somou US$ 3,49 bilhões em julho.
Dados do BC mostram que a conta paga pelos turistas em hotéis, restaurantes e lojas no exterior alcançou US$ 2,19 bilhões no mês passado, maior valor em 64 anos. O recorde, no entanto, já foi derrubado. Mesmo faltando oito dias para o fim do mês e sem férias dos estudantes, o extrato dessas despesas já soma US$ 2,28 bilhões em agosto, conforme dados atualizados até ontem.
Com essa evolução, o turismo deixou de ter papel secundário nas contas externas. No início da década, as viagens geravam déficits que respondiam por cerca de 10% do resultado total. Hoje, o quadro mudou. Em julho, a participação do turismo no resultado total alcançou 48,8%. Ou seja, quase metade de todo o déficit em transações correntes foi gerado por despesas como a compra do iPad, a conta do restaurante em Buenos Aires ou do hotel em Paris.