O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e Caribe aumentou ligeiramente em 2005 pelo segundo ano consecutivo, impulsionado pelos fortes aumentos registrados em todos os países andinos, com exceção da Bolívia, informou nesta segunda-feira a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad). No Brasil, apesar de o IED ter caído 17%, o país continua sendo o segundo maior receptor de recursos na América Latina, com 15% do tortal, perdendo apenas para o Chile, que detém 17% desse total.
No informe, a organização detalha que o capital estrangeiro investido na região chegou a US$ 104 bilhões, com ligeiro avanço de 3% que se somou ao forte avanço de 2004, depois de quatro anos de quedas. No entanto, ainda não supera o máximo atingido em 1999, de US$ 114 bilhões.
Diferentemente de 2004, quando a melhora foi generalizada, em 2005 a entrada de capital foi mais pronunciada na América do Sul, onde cresceu 20%, chegando a US$ 44,697 bilhões, Por sua vez, nos países da América central e do Caribe, os investimentos estagnaram e até mesmo caíram em algumas nações.
Na América do Sul, os maiores avanços foram registrados em países andinos como a Colômbia (com aumento de 227%), venezuela (95%), Equador (65%) e Peru (61%). Na Bolívia, o saldo foi negativo, com uma fuga de capitais de US$ 277 milhões, contra uma entrada de US$ 65 milhões em 2004.
A Unctad chama a atenção sobre o fato de que em 2005 "a presença do Estado na economia de alguns países foi pronunciada e que as políticas públicas que afetam diretamente os investidores estrangeiros variaram", fatores que agiram em detrimento da entrada de capital.
"O exemplo mais notável é a Bolívia", onde o governo decretou a nacionalização dos recursos de petróleo e gás natural e exigiu que as empresa multinacionais assinassem novos contratos de concessão, algo que, para a responsável pela Análise de Investimentos da Unctad, Anne Miroux, "é uma forma de protecionimso".
Miroux citou ainda a contribuição positiva para a atração de fundos estrangeiros as medidas de promoção adotadas em favor das montadoras no Brasil e Argentina.
Junto com os andinos, o relatório também destacou o aumento dos investimentos no Uruguai e paraguai, onde o aumento foi de 81% e 124%, respectivamente, enquanto que na Argentina a alta foi de 9%. No México, os investimentos foram 3% menores.
A Unctad prevê ainda uma próxima desaceleração, inclusive uma diminuição das entradas de capital estrangeiro na região devido, entre outros motivos, "às tendências do marco regulatório".
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