O investimento estrangeiro no setor produtivo do Brasil quase dobrou em 2022, alcançando o maior valor absoluto (em dólares) dos últimos dez anos. Na comparação com o tamanho da economia brasileira, os aportes alcançaram o maior nível 22 anos.
Segundo relatório do setor externo publicado nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central, o saldo do Investimento Direto no País (IDP) foi de US$ 90,6 bilhões no ano passado, 95% superior ao apurado em 2021 (US$ 46,4 bilhões). Trata-se do melhor resultado nominal desde 2012, quando os investimentos somaram US$ 92,6 bilhões. Todos os valores são "líquidos", isto é, já excluem as saídas de capital.
O investimento estrangeiro superou com folga as expectativas do próprio BC – que, no fim de setembro, havia revisado sua estimativa de IDP para o ano de US$ 55 bilhões para US$ 70 bilhões. O resultado também ficou acima das projeções do mercado, que no fim de dezembro apontavam para pouco menos de US$ 82 bilhões, segundo a mediana das expectativas dos economistas consultados semanalmente pelo BC. Para 2023, o ponto médio das projeções é de US$ 80 bilhões.
De acordo com o Banco Central, o saldo do IDP de 2022 equivale a 4,76% do PIB brasileiro em dólares, ante 2,82% do PIB em 2021. O patamar alcançado no ano passado é o maior desde 2000, quando o investimento estrangeiro no setor produtivo correspondeu a 5,03% do PIB.
Os dados do Banco Central, em especial a relação do IDP com o PIB, ainda são passíveis de revisão. O resultado oficial do PIB brasileiro em 2022 será divulgado pelo IBGE apenas no início de março.
Segundo o comunicado do BC, o aumento no investimento direto em 2022 resultou dos seguintes fatores:
- os lucros reinvestidos aumentaram US$ 16 bilhões em comparação a 2021, chegando a US$ 32,9 bilhões em 2022;
- as participações de capital (exceto lucros reinvestidos) foram US$ 6,6 bilhões maiores, alcançando US$ 36,6 bilhões); e
- as operações intercompanhia aumentaram US$ 21,5 bilhões, para US$ 21,1 bilhões (em 2021, o saldo dessas transações tinha sido negativo).
O resultado do IDP foi mais que suficiente para cobrir o déficit das transações correntes do país, que aumentou para US$ 55,7 bilhões em 2022 (2,92% do PIB), ante US$ 46,4 bilhões (2,81% do PIB) no ano anterior.
Segundo o BC, o crescimento do déficit externo se deve aos maiores déficits em serviços e renda primária, parcialmente compensados por um aumento no superávit comercial.
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