Um levantamento publicado ontem pela Conferência da Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) indicou que, no segundo trimestre de 2010, a queda dos investimentos externos no mundo foi de 25%. A estimativa aponta ainda que praticamente não haverá recuperação dos investimentos em 2010 em relação a 2009.
A redução é um reflexo das incertezas sobre a retomada da economia e o corte de gastos dos Estados diante de déficits sem precedentes para algumas das economias ricas. Os investimentos haviam sofrido redução drástica entre 2008 e 2009 diante da seca de empréstimos, recessão e demissão de 30 milhões de trabalhadores pelo mundo.
No fim do ano passado, os primeiros sinais de recuperação foram registrados, principalmente graças aos interesses pelo setor extrativista nos países emergentes, entre eles o Brasil. Mas agora o fluxo mundial volta a cair. Entre o primeiro e o segundo trimestres de 2010, a queda foi de 25%, num total de US$ 94 bilhões.
O volume ainda é 15% inferior ao do mesmo período de 2009, quando o mundo ainda vivia o auge da crise. Segundo especialistas, mesmo os quatro trimestres de crescimento indicaram apenas recuperação marginal. No segundo trimestre, os fluxos para Estados Unidos e Reino Unido foram especialmente afetados, com retração de até US$ 20 bilhões. Mais uma vez, os emergentes foram poupados. A queda, de forma geral, foi menor que entre os ricos.
No Brasil, o volume recebido passou de US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre para US$ 6,4 bilhões no segundo trimestre. Segundo o levantamento da ONU, o Brasil também foi alvo do terceiro maior negócio até agora em 2010 envolvendo a aquisição de uma empresa nacional por capital estrangeiro. A compra da Vivo pela Telefônica movimentou US$ 9,7 bilhões, valor superior à compra de empresas de mineração, investimentos na indústria farmacêutica alemã ou mesmo no setor de energia e seguros no Reino Unido.
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