Rio de Janeiro - A Petrobras ainda não tem previsão sobre o volume de recursos necessários para o investimento da empresa em campos na camada pré-sal. A estatal será a única operadora dessas áreas, conforme a proposta apresentada ontem sobre a regulação na camada pré-sal.
O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, disse que uma análise dos projetos só poderá ser feita à medida que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) for colocando à disposição da companhia novas áreas no pré-sal. "Nosso programa de investimentos será revisto normalmente, todo ano, como sempre fazemos", declarou, em entrevista coletiva, na qual comentou a participação da Petrobras dentro das novas regras do setor.
Desvantagens
Gabrielli admitiu que determinadas áreas poderão não ser tão atraentes, ao responder sobre possíveis desvantagens no fato de a Petrobras ser a operadora única da área. Ainda assim, disse considerar que há mais vantagens no fato de liderar a exploração no pré-sal. Uma delas, exemplificou, é a possibilidade de haver mais sinergia nas operações, com uma gestão e administração dos sistemas de maneira integrada. Outro ponto positivo, acrescentou, é ter acesso ao conhecimento prático e operacional no pré-sal.
Sobre as futuras licitações, Gabrielli afirmou que a proposta do governo exclui a possibilidade de "aventureiros" no pré-sal. Ele ressaltou que apenas empresas com conhecimento técnico poderão disputar o direito de atuar na nova fronteira exploratória, caso o governo decida abrir tal possibilidade. De qualquer maneira, o governo terá o poder de vetar propostas para os leilões do pré-sal que sejam consideradas "inexequíveis" do ponto de vista financeiro. Isso está previsto nas atribuições da nova estatal, a Petro-Sal, que deverá gerenciar as operações nas áreas consideradas "estratégicas".
Incremento
O diretor de finanças e relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, estima que nos próximos cinco anos pode haver um aumento de cerca de US$ 10 bilhões nos investimentos da companhia no pré-sal, devido à cessão, por parte da União, de até 5 bilhões de barris para a companhia.
A expectativa do executivo é de um aumento de cerca de 30% dos investimentos no pré-sal, em relação aos US$ 28,9 bilhões previstos no plano de negócios 2009-2013.