Rio de Janeiro - As perspectivas para os investimentos estão em ascensão no país, mas a produção de bens de capital e o desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) só deverão retornar ao nível pré-crise a partir da segunda metade de 2010, avaliam economistas. De acordo com esses especialistas, os setores mais voltados para o mercado doméstico deverão voltar a investir antes daqueles mais dependentes do mercado externo.
Ontem, a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) divulgou uma reversão positiva na expectativa de investimentos para o segundo semestre. Das 174 empresas associadas, 36% esperaram uma alta nos investimentos no período, ante apenas 4% no primeiro semestre de 2009.
O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Rogério Souza disse que a avaliação da instituição é de que há uma melhoria nas expectativas em relação ao desempenho da economia e uma maior disposição para os investimentos.
Segundo ele, a conjunção entre a retomada gradual da oferta de crédito com suave redução nos custos de financiamento e a expectativa de aumento nos investimentos em infraestrutura no ano que vem, às vésperas das eleições, estão estimulando os empresários. "Os investimentos públicos costumam trazer junto os investimentos privados", lembra.
Souza acrescentou que o Iedi avalia que, caso os investimentos venham a retomar os níveis pré-crise, isso ocorrerá na segunda metade do ano que vem. Mas, já no início de 2010, ele acredita que "haverá uma recuperação mais consistente" nos investimentos, puxada por um aumento na produção de máquinas e equipamentos.