Curitiba

ACP pede amparo a empresários

A Associação Comercial do Paraná (ACP) quer que o governo federal crie um fundo para emprestar dinheiro a micro e pequenos empresários em dificuldades. A sugestão foi repassada ontem ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em Curitiba, logo após uma palestra sobre Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Pelo projeto, os empréstimos seriam concedidos mesmo para empresas com o nome "sujo" na praça, com taxas equivalentes ao rendimento da poupança.

CARREGANDO :)

Se o consumo de energia seguir a evolução observada nas duas últimas décadas, o governo precisará garantir muito mais que os 12.386 megawatts previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para sustentar o crescimento de 5% ao ano no Produto Interno Bruto (PIB) até 2010.

Publicidade

De acordo com o estudo Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2005, o consumo de energia cresceu cerca de 30% a mais que a economia, entre 1980 e 2003. Enquanto o PIB aumentou, em média, 1,9% ao ano nesse período, a demanda energética cresceu 2,5% ao ano.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, acredita que a diferença entre o aumento da demanda por energia e a expansão do PIB não esteja mais nos níveis constatados pelo Ipea.

- Nossos estudos constataram que quando a economia cresce mais, essa diferença diminui - destaca o dirigente da entidade, vinculada à Câmara Brasileira dos Investidores em Energia Elétrica. - Levando-se em conta que os anos 80 foram um período de estagnação, esse percentual de 30% é compreensível, mas isso não se aplica à realidade de hoje.

Pelas projeções do Instituto Acende Brasil, caso o PIB cresça a uma média de 4% ao ano até 2010, o consumo de energia aumentará 4,8% – diferença de 20%. Se a economia se expandir 5% ao ano, a demanda, conforme as estimativas, aumentará 5,4% – 8% a mais que a variação do PIB.

Sales, no entanto, ressalta que, mesmo nesses cenários de maior expansão econômica, o consumo de energia continuará a crescer mais que a economia.

Publicidade

- Se forem considerados apenas os investimentos do PAC, os investimentos em geração elétrica certamente são insuficientes para atender à demanda - pondera. - É preciso pelo menos esperar o resultado dos leilões de energia para saber se esses novos empreendimentos conseguirão complementar o parque gerador.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade de geração do Brasil é atualmente de 98.141 mil megawatts. A média anual dos investimentos do PAC prevê acréscimo de 3.096 megawatts anuais, o que equivale a 3,1% da geração atual.

No entanto, se a economia seguir o comportamento apresentado no estudo do Ipea, esse aumento é insuficiente para sustentar o crescimento anual de 5% na economia. Nesse cenário, o consumo teria de aumentar 6,5% ao ano, o que equivale a 6.353 megawatts adicionais.

Se forem levados em conta os projetos não incluídos no PAC, a potência elétrica média dos investimentos em energia sobe, mas não o suficiente para superar o crescimento do consumo, caso se mantenha o padrão histórico. O Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, que lista os projetos na área energética até 2015, prevê aumento médio de 4.659 megawatts por ano em todo o país.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descarta qualquer risco de desabastecimento. Ele diz que a produção e o consumo nem sempre precisam crescer na mesma proporção.

Publicidade

- Como há uma sobreoferta de energia, os investimentos não precisam corresponder ao aumento na demanda - explica.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, esse excedente está em torno de 28 mil megawatts. Esse resultado leva em conta o consumo recorde de 62.975 megawatts registrado em 15 de março comparado com a atual capacidade de geração informada pela Aneel.

Tolmasquim ressalta ainda que o remanejamento de energia também deve ser levado em conta.

- A construção de linhas de transmissão também pode suprir o aumento da demanda à medida que a gente leva energia de uma área em que está chovendo muito, por exemplo, para uma região em estiagem e com dificuldades de geração hidrelétrica - destaca.