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O volume de recursos (capital próprio mais dívida) direcionado para o financiamento de projetos totalizou R$ 19,2 bilhões em 2010, de acordo com o Boletim Anbima de Financiamento de Projetos (Project Finance), divulgado hoje pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Desse total, R$ 13,5 bilhões foram financiados com capital de terceiros por meio da emissão de dívida e os R$ 5,7 bilhões restantes vieram de capitais próprios. Segundo o boletim, o número de projetos financiados (42) e o volume de investimento em 2010 foram o segundo maior dos últimos cinco anos. No entanto o volume registrado em 2010 foi 67% menor em relação aos R$ 57 5 bilhões verificados em 2009, ano em que houve 59 projetos financiados.

Estão entre os maiores projetos de 2010 a construção dos navios sondas Norbe VIII e IX, da Odebrechet Óleo e Gás, financiada pelo primeiro project bond emitido por uma empresa brasileira, no total de R$ 2,6 bilhões, e a concessão da Rota das Bandeiras, que compreende o Corredor Dom Pedro I, em São Paulo, e demandará R$ 2 bilhões em financiamento. A terceira maior operação é a do Terminal Portuário LLX Sudeste, que prevê dívida de R$ 1,2 bilhão.

"Em 2009 tivemos um ano de rara combinação de fatores que não se repetiram em 2010, como o financiamento das mega hidrelétricas do Rio Madeira (Jirau e Santo Antonio), com valor agregado de investimentos de R$ 23 bilhões, e o financiamento de diversas concessões rodoviárias de grande porte (Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Raposo Tavares e Rodoanel Oeste), como consequência do programa de licitações das principais rodovias de São Paulo ocorrido em 2008", explica, em nota, o presidente do Subcomitê de Financiamento de Projetos da Anbima, Sergio Heumann.

Segundo Heumann, o fato de não ter havido financiamento de nenhuma mega hidrelétrica em 2010, aliado ao menor número e volume de investimentos envolvido nas licitações de rodovias em 2009 foram fatores que contribuíram para que o resultado do ano passado registrasse o recuo de 67% em relação ao ano anterior. "Isso não pode ofuscar o resultado do ano passado, que foi muito bom. Basta atentar para o fato de que o desempenho do ano passado foi o segundo melhor da série do ranking", afirma.

Conforme Heumann, o volume e número de projetos em 2010 refletem ainda os impactos da crise de 2008, que levou os investidores a adiarem planos de investimentos. "Os efeitos da crise puderam ser sentidos no ranking de 2010, pois há um delay de alguns anos desde a concepção de um investimento até o primeiro desembolso de seu financiamento, quando o projeto entra em nosso ranking". Ele acrescenta que, em 2009 e principalmente 2010, os planos de investimento foram retomados, o que deve levar a desembolsos de financiamentos e bons números para os rankings de 2011 e 2012.

Concessões

Com relação às concessões, foram assinados 41 contratos em 2010 - o maior número de toda a

série, iniciada em 2005 -, num volume total de R$ 12,9 bilhões. O maior deles foi a concessão do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, ao consórcio Porto Novo, com investimento estimado de R$ 4,2 bilhões. Na segunda posição aparece a concessão da linha 8 (Diamante) do metrô de São Paulo vencido pelo Consórcio Paulista, por R$ 1,4 bilhão. O terceiro maior contrato foi o da Hidrelétrica Ferreira Gomes, onde serão investidos R$ 864,8 milhões pela Alupar.

O volume total de concessões cujos contratos foram assinados em 2010 foi 4% superior ao de 2009, quando o volume registrado foi de R$ 12,4 bilhões. No entanto, em 2009, esse valor foi obtido com apenas 15 concessões, o que indica para maior concentração de pequenos projetos, de acordo com o boletim da Anbima.

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