As 300 empresas que mais gastam com publicidade no Brasil desembolsaram R$ 23,98 bilhões em investimentos na compra de espaço na mídia em 2014, valor 9,3% maior que o verificado no ano anterior. Isso fez com que a participação dessas empresas nos gastos de mídia subisse de 69% para 73%. Os dados são do ranking Agências & Anunciantes, elaborado pelo grupo Meio & Mensagem (M&M).
Entre os setores que mais elevaram suas verbas de propaganda, destacaram-se o farmacêutico, com alta de 35%; o de alimentação, com 32%; e o de serviços ao consumidor, com 23%. Na corrida por consumidores em um período de economia desaquecida, algumas disputas chamaram a atenção.
Foi o caso da briga entre as gigantes JBS e BRF. Adquirida da Marfrig pela JBS no fim de 2013, a Seara partiu para o ataque, transformou a jornalista Fátima Bernardes em garota-propaganda e chegou a 35.ª posição do Ranking de Anunciantes em 2014, com investimentos de R$ 173,45 milhões. “A Seara não era uma marca com presença na mídia. Estrear entre os 50 maiores anunciantes é um grande passo”, diz Alexandre Lemos, editor-executivo do M&M.
A JBS desembolsou outros R$ 189 milhões na promoção de suas marcas, notadamente a Friboi, que tem o ator Tony Ramos como garoto-propaganda. Em reação ao avanço da concorrente, a BRF, dona das líderes Sadia e Perdigão, aumentou a verba em 50%, para R$ 136,1 milhões. Assim, passou da 50.ª para a 44.ª posição no ranking.
Já a crise no mercado automobilístico fez com que todas as montadoras perdessem posições, à exceção da General Motors, que elevou em 6% os investimentos em mídia.
No topo da lista está a Via Varejo, dona de Casas Bahia e Ponto Frio, que investiu sozinha R$ 1,38 bilhão em publicidade, seguida do laboratório Genomma, dos produtos Cicatricure e Asepxia (R$ 1,31 bilhão), Unilever (R$ 1,24 bi) e Caixa (R$ 781 milhões).