Sempre atentos ao Fisco na hora de fazer aplicações, os investidores têm agora mais uma opção de investimento livre do Imposto de Renda (IR). A Medida Provisória 651, publicada na semana passada, isenta pessoas físicas do pagamento do IR sobre ganho de capital obtido com as ações de pequenas e médias empresas recém-ingressas na bolsa de valores. Hoje, quem investe no mercado de ações já consegue escapar da mordida do Leão ao negociar até R$ 20 mil por mês.
INFOGRÁFICO: Veja as opções de investimento que são livres de imposto
A novidade vem num momento em que a procura por outras aplicações que driblam o imposto aumenta mais do que a busca pela poupança (também isenta), cuja rentabilidade deixou de ser atrativa após as sucessivas altas da taxa básica de juros (Selic).
É o caso das letras de crédito, produtos de renda fixa com lastro em financiamentos imobiliários (LCI) ou agrícolas (LCA). O volume de investimentos em LCI no primeiro semestre deste ano cresceu 59,3% em relação ao mesmo período de 2013, chegando a um estoque de R$ 120 bilhões, segundo dados da Cetip, que atua como central depositária de títulos privados. Já a LCA cresceu 21,6%, atingindo um volume de R$ 32,1 bilhões. Como comparação, a captação da caderneta no mesmo período foi de 16,5% saldo de R$ 627 bilhões, segundo o Banco Central.
O agente de investimentos Antônio Marmo Júnior, diretor da Praisce Capital, explica que, além de renderem mais, as letras de crédito têm as mesmas garantias oficiais de cobertura da poupança. "Gosto de frisar isso: a mesma segurança que o governo dá para a poupança, também oferece para o LCI e o LCA. O risco é zero", afirma. "O investidor fica seguro e tem uma rentabilidade muito maior", concorda Amerson Magalhães, diretor da Easynvest Titulo Corretora. A aplicação é avalizada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, se o banco quebrar, a pessoa recebe o seu dinheiro de volta conforme as condições acordadas no investimento.
Remuneração
Emitidas por instituições financeiras, as letras são remuneradas por taxas pré ou pós-fixadas atreladas a um porcentual do CDI (Certificado de Depósito Bancário), a taxa de juros cobrada nos empréstimos entre bancos. Os índices de CDI variam de 80% a 95%, dependendo do agente financeiro. "Grandes bancos de varejo pagam taxas de remuneração nesses títulos muito parecidas. A dica é buscar bancos pequenos e médios, que tem uma necessidade de captação maior e, por isso, oferecem taxas mais atraentes", explica Magalhães. "O melhor é procurar uma corretora, que trabalha com várias instituições", orienta Marmo Jr.
A única "desvantagem" das letras, explica o diretor da Easynvest, é não poder se desfazer dos títulos antes da data de vencimento no mínimo 180 dias. "Mas é fácil administrar essa desvantagem. É só programar várias LCIs [ou LCAs] de modo que a cada 30 dias uma esteja vencendo." Obviamente, o rendimento aumenta dependendo do valor e do tempo investidos na aplicação.