iTunes
Conta americana é alternativa para aproveitar melhor o tablet
Como não dá para esperar que o nó górdio dos diretos autorais que emperra a entrada mais pesada da loja do iTunes no Brasil seja resolvido tão cedo, é preciso ter uma conta americana para aproveitar ao máximo o iPad. Só assim dá para alugar filmes, comprar séries e longa-metragens, músicas, livros, revistas e alguns aplicativos. Como o iPad é uma central de entretenimento pessoal, sem acesso ao que a Apple oferece de produtos culturais o uso do tablet fica sem graça.
Para criar uma conta americana sem um cartão de crédito emitido nos EUA, é preciso usar gift cards (cartões de presente) da Apple. Esses cartões são vendidos nas lojas da Apple, mas alguns sites oferecem o número do cartão por e-mail, cobrando um certo ágio pelo serviço. É o caso do BraziliaPilot.com, que, inclusive, aceita pagamento via PayPal, mais seguro do que dar diretamente o número do seu cartão de crédito.
Para usar o gift card, é preciso ter uma conta americana. É possível criá-la de maneira simples: fazendo uma nova conta na Apple, sem informar o número do cartão de crédito e preenchendo o campo de endereço com um local que exista nos EUA. Não deixe de fazer esse truque antes de sincronizar o iPad com o seu iTunes, pois, se você resolver trocar a sincronização do iPad com uma determinada conta, vai perder todos os aplicativos já baixados até então.
Opinião
Com atraso, magia será posta à prova
A partir de amanhã, a magia da Apple terá seu grande teste no Brasil. Quando foi lançado lá fora, o iPad chegou sozinho e garantiu espaço na cabeça do consumidor graças a seu monopólio natural. Mas demorou nove meses para a máquina desembarcar no mercado brasileiro. Nesse meio tempo, virtualmente todos os early adopters aqueles sujeitos que não conseguem passar sem uma novidade no campo da tecnologia compraram o seu. Sempre tem aquela viagem a trabalho para os EUA, ou o amigo que vai levar os filhos à Disney, ou mesmo aquele site que vende aparelhos recém-chegados a Cumbica. Além disso, a Samsung colocou nas lojas quase simultaneamente a sua visão de tablet: o Android 2.2, que roda o intuitivo Windows 7, é um pouco menor e está sendo bem marquetado pelas operadoras.
Como o iPad vai se sair por aqui, num mercado muito mais sensível a preço? Vai ganhar os corações ou encalhar nas prateleiras? Façam suas apostas.
Franco Iacomini, editor de Tecnologia
Novidades
Confira cinco exemplos de aplicativos que vale a pena instalar no seu iPad,especialmente para leitura. Nem todos eles, no entanto, saem de graça.
Flipboard - Transforma seus feeds de Twitter e Facebook em uma "revista social". Grátis.
Wired - A publicação entendeu bem rápido a graça de fazer uma revista multimídia no iPad. US$ 3,99 por edição.
Marvel Comics - O iPad parece ter sido criado para ler gibis, e os da Marvel são indispensáveis. O app é grátis, as revistas saem por US$ 1,99.
Kindle - O app do e-reader da Amazon é correto para ler, mas o que faz a diferença é o acervo da loja. Grátis.
Air Video - Faz streaming pela sua rede interna ou pela web dos vídeos que estão no seu computador para o iPad. US$ 2,99.
O iPad é o presente do ano. Até os detratores do tablet da Apple têm de se conformar com o fato de que nenhum outro aparelho chamou tanta atenção em 2010. O iPad é perfeito? Está longe de ser. Por outro lado, não existe hoje no mercado nada comparável a ele. Nem as cópias chinesas, tampouco os primeiros modelos de tablet com o sistema operacional Android, do Google.
Os números dão conta de explicar a parte mais superficial do fenômeno do iPad. A Apple registrou 3,7 milhões de iPads vendidos nos primeiros três meses de mercado. Diferentes analistas especulam que as vendas em 2010 devem ficar numa larga margem que vai de 5 milhões a 8 milhões de unidades. Contudo, para entender mais a fundo o porquê de tanto sucesso, é preciso levar em conta outros dois fatores. As virtudes do produto em si e a questão cultural que envolve ter um iPad.
No meu primeiro mês com o iPad, escrevi que o considerava altamente viciante. Vício, por definição, é algo que se pode largar com certa força de vontade. Não cogito a possibilidade de não ter um iPad comigo, ele tornou-se peça indispensável em meu cotidiano. Quem saiu de cena foi o notebook. É uma mudança de hábitos enorme, feita sem traumas.
Se antes eu assistia a um programa na tevê com o notebook na mão, hoje faço o mesmo com o iPad, com a vantagem de ele não esquentar e de ser muito mais leve. Isso quando o próprio iPad não substitui a televisão. Raramente assistia a filmes e séries e lia livros ou revistas diretamente no notebook. Todo dia, gasto algumas boas horas lendo e assistindo a vídeos no iPad. E a bateria aguenta bem, quase sempre acaba no segundo dia de uso. No fim de semana, o notebook sempre ficou meio de canto, principalmente em viagens. O iPad, mesmo quando estou em lugares ermos e sem conexão à internet, está sempre à mão.
Pesquisa pessoal: desde que comprei o iPad, levei o notebook a apenas uma reunião (faço muitas durante a semana). Comprei somente um livro em papel (mais de 20 no iPad) e não pisei mais em uma banca para comprar revistas importadas fora que, com o preço de uma Wired vendida no Brasil, compro a revista e mais outras três no iPad.
O iPad é ruim para escrever textos longos, mas isso é facilmente resolvido com um teclado Bluetooth. O que não quer dizer que não haja muito para ser aprimorado. O ponto crítico é o backup, que demora horas quando há muitos apps (aplicativos) baixados. Fora que não custava ter uma câmera não para tirar fotos, mas para usar o Skype e uma entrada USB.
O Bluetooth poderia ser menos policiado. Aliás, a polícia de software da Apple poderia ser menos rígida e liberar conteúdo adulto. Mas sou otimista em relação ao futuro. Pelo menos na parte técnica, a Apple deve ouvir os consumidores. E arrisco dizer que, depois do iPad, o seu próximo notebook será um tablet.
SERVIÇO:
O iPad começa a ser vendido na sexta. A versão de 16 GB custará R$ 1.649; a de 32 GB, R$ 2 299; e a de 64 GB, R$ 2.599. O iPad chegará ao país nas versões wi-fi e com wi-fi e 3G, equipados com o chip da Vivo. A operadora comercializa o chip especial para o aparelho desde junho.
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