O índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) de agosto surpreendeu o coordenador do índice, Paulo Picchetti. Ele estimou inicialmente uma inflação de 0,30% no mês, acima dos 0, 12% divulgados nesta segunda-feira, 01. Para ele, parte disso já reflete a piora no ritmo de atividade da economia brasileira. Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou que economia está em recessão técnica. A deflação do atacado também começa a atingir o varejo, acrescentou.
No acumulado em 12 meses, o IPC-S apresenta inflação de 6,76%, mas Picchetti prevê que haverá uma desaceleração e que o índice irá encerrar o ano com alta de 6,30%, estimativa que mantém desde o início do ano. Para chegar a esse patamar, o índice precisa registrar inflação média de 0,45% durante os quatro últimos meses do ano. Essa média é menor que os 0,56% do mesmo período do ano passado e que a média de 0,54% nos oito primeiros meses deste ano.
Ainda que na comparação anual a inflação mostre uma trajetória descendente para dentro da meta do governo, Picchetti lembrou que essa desaceleração é lenta e que o nível dos preços ainda é elevado. "Podemos dizer que estamos em estagflação desde o começo do ano", afirmou, em conversa com jornalistas.
Para o mês de setembro, ele informou que o índice deve ganhar força na comparação com agosto e acelerar para 0,30% por conta dos preços de alimentação e dos reajustes de energia. No fim de agosto, houve reajustes de energia em Salvador e Brasília. Os dois últimos meses do ano também costumam ser de aceleração da inflação na margem, lembrou.
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