A inflação ainda não deu sinais de desaceleração em resposta à crise internacional, conforme as previsões do Banco Central. A prévia do índice oficial de setembro mostrou que os preços continuam subindo e se espalhando mais por diferentes itens. O IPCA-15, medido pelo IBGE, subiu 0,53% e bateu no teto das expectativas do mercado.
Os reajustes de alimentos, combustíveis, vestuário e passagens aéreas pressionam o indicador do mês e tornam ainda mais distante o alcance da meta do Banco Central, de 4,5% no ano, com margem de variação de até dois pontos porcentuais. Nos 12 meses encerrados em 15 de setembro, a inflação está em 7,33%, maior marca da série, iniciada em 2008.
Segundo analistas, os alimentos sobem por causa da entressafra e do consumo em alta. Mas tendem a perder força nos últimos meses do ano. Ao explicar sua decisão de reduzir os juros para 12% no fim de agosto, o BC explicou que a estabilidade dos preços internacionais de grãos, como soja, milho e outros, ajudaria a controlar a inflação. Tal efeito não se fez sentir ainda nos preços domésticos.
Segundo o economista Fabio Ramos, da Quest Investimentos, a economia está desacelerando com força. Apesar disso, a inflação segue pressionada porque a taxa de desemprego baixa faz com que o consumo se mantenha em nível elevado. Além da demanda aquecida, a desvalorização do real limita a desaceleração. Com o dólar mais alto, bens importados e produtos básicos negociados no exterior como metais e alimentos tendem a ficar mais caros no Brasil.
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