Atualizado em 08/12/2006 às 19h03
A inflação medida pelo índice oficial do governo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou ligeira desaceleração e ficou em 0,31% em novembro, ante alta de 0,33%, em outubro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, a alta de 1,05% dos alimentos pressionou o índice para cima, mas este movimento foi compensado pelas quedas em outros itens, como energia elétrica e empregados domésticos.
A taxa acumulada até novembro foi de 2,65%, quase a metade dos 5,31% do mesmo período de 2005. Em 12 meses, o resultado ficou em apenas 3,02%, resultado inferior aos 3,26% relativo aos 12 meses imediatamente anteriores.
Com estes resultados, o acumulado total de 2006 deverá ser o menor desde 1998, quando fechou o ano em 1,65%. Depois daquele ano, o IPCA mais baixo foi o de 2005, quando o índice acumulado ficou em 5,69%. Portanto, é praticamente impossível que este percentual seja atingido, restando apenas o mês de dezembro.
- O índice vem caindo e convergindo para números cada vez menores. A inflação alta, dos choques econômicos, está ficando para trás - afirmou Eulina dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE.
O IPCA é um dos principais fatores que balizam a política monetária do governo e influencia a decisão sobre a taxa básica de juros da economia. Com este resultado, o índice confirma que a inflação ficará dentro da margem de erro da meta do governo para 2006. O centro da meta é de 4,5%, com margem de erro de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Em dezembro, segundo o IBGE, pressões inflacionárias já conhecidas devem puxar o resultado para cima, mas deverão ser equilibradas pela desaceleração dos preços dos alimentos.
A influência de alta virá de reajustes nos transportes da região metropolitana de São Paulo e do Rio. Em São Paulo já houve reajuste de 15% dos ônibus urbanos no dia 30 de novembro, de 9,37% dos táxis desde 9 de dezembro, de 9,52% do metrô, desde 30 de novembro. No Rio, os ônibus urbanos subiram no dia 4.
- São pressões fortes, mas concentradas no Rio e em São Paulo. Por outro lado, itens alimentícios importantes, como a carne e o frango, já começaram a mostrar desaceleração - acrescenteou Eulina.
O comportamento de alta dos alimentos, principal pressão inflacionária de novembro, foi verificado também no mês de outubro, com taxa de 0,88%. No mês passado, o grupo Alimentação e Bebidas foi responsável por cerca de 70% do IPCA de novembro.
Em período de entressafra, o tomate chegou a ficar 29,63% mais caro. O consumidor passou a pagar mais, também, pelo arroz (5,32%) com feijão (3,03%), além do frango (5,77%).
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