Ouça este conteúdo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como indicador oficial da inflação, registrou um aumento de 0,12% no mês de julho deste ano, de acordo com os dados divulgados nesta sexta (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor reverte a trajetória de queda que teve uma deflação de -0,08% em junho, e de -0,68% em julho do ano passado.
No acumulado do ano, a inflação atingiu 2,99%, enquanto que, nos últimos 12 meses, chegou a 3,99%.
O aumento na inflação foi predominantemente impulsionado pelo setor de transportes, que teve um acréscimo nos preços de 1,50% durante o mês de julho. Essa elevação foi majoritariamente influenciada pelo aumento de 4,75% no preço da gasolina. Além disso, também foram observadas altas nos preços do gás veicular (3,84%), etanol (1,57%), passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%).
André Almeida, pesquisador do IBGE, destacou que a gasolina “é o subitem de maior peso na cesta do IPCA, então a alta de mais de 4% da gasolina foi o maior impacto do IPCA de julho. Se excluísse a gasolina do índice, o IPCA teria sido de -0,11%, menor do que o IPCA do mês passado ”, disse à Agência Brasil.
Em contraste, os preços dos alimentos continuaram apresentando uma deflação, ou seja, uma queda nos preços. O grupo de alimentação e bebidas teve uma variação de -0,46%, sendo influenciado por itens como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%).
Outro grupo que teve uma deflação significativa foi o de habitação, com uma queda de 1,01% nos preços, principalmente devido à diminuição de 3,89% no valor da energia elétrica residencial.
A redução nas tarifas de energia elétrica nas residências, diz o IBGE, foi o fator que mais contribuiu para conter a inflação. André Almeida explicou que a queda na energia elétrica “está relacionada à incorporação do bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas emitidas no mês de julho”.
Dentre os outros grupos de despesas, quatro apresentaram aumento de preços: artigos de residência (0,04%), saúde e cuidados pessoais (0,26%), despesas pessoais (0,38%) e educação (0,13%). O grupo de comunicação manteve os preços estáveis, enquanto o grupo de vestuário registrou uma deflação de -0,24%.