O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de fevereiro subiu 0,41%, abaixo da taxa de 0,59% de janeiro, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro das expectativas do mercado, que esperava uma inflação entre 0,30% e 0,48%.
Nos dois primeiros meses do ano, o índice acumula taxa de 1,02%, resultado inferior ao dois primeiros meses de 2005, quando atingiu 1,17%. Nos últimos doze meses, o acumulado ficou em 5,52%, também abaixo da taxa de 5,70% registrada nos doze meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2005, o IPCA variou 0,59%.
As mensalidades escolares, que sofrem reajuste no início do ano, exerceram a maior influência na inflação do mês, com contribuição de 0,21 ponto percentual, mais da metade do resultado. No entanto, as reduções de preço nos grupos de vestuário (-0,54%), artigos de residência (-0,39%) e alimentação e bebidas (-0,28%) puxaram o índice para baixo.
A coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse nesta sexta-feira que a queda para 0,41% do IPCA em fevereiro indica que o índice está convergindo para números menores que podem atingir a meta do BC, de 4,5%, ou serem até mesmo inferiores a esse patamar. Segundo ela, ao avaliar a série histórica dos últimos 12 meses, fica claro uma tendência de queda.
Eulina disse ainda que não há motivos que indiquem alta da inflação em março, com exceção da expectativa de um crescimento dos preços do álcool, que refletem também nos preços da gasolina.
PROMOÇÕES - Roupas e artigos de residência ficaram mais baratos por causa de promoções. As roupas masculinas ficaram 1,11% mais baratas e as femininas, 0,88%. Aparelhos de TV, Som e Informática passaram a custar menos 1,32%.
Muitos alimentos tiveram seus preços reduzidos de janeiro para fevereiro e alguns chegaram a ter deflação. A cenoura passou de uma alta de 15,82% para uma queda de 16,51% e a batata-inglesa de 17,48% para -10,26%. A carne seca passou de -4,48% para -7,40%, o feijão-preto de 2,74% para -6,84%, e o frango, influenciado pela queda da demanda pelo produto no exterior por causa da gripe aviária, caiu de -3,60% para -5,51%.
Em relação às altas, açúcar refinado (de 6,10% para 12,59%) e açúcar cristal (de 12,80% para 11,58%) estão na lista. Os preços seguem o mercado internacional e são pressionados por uma demanda forte dos derivados da cana-de-açúcar. O litro do álcool também subiu, embora menos neste mês (passou de 9,87% em janeiro para 2,88% em fevereiro).
Em relação às altas, destacam-se também os aumentos nas passagens dos ônibus urbanos que, apesar de terem subido menos do que em janeiro (1,82%), ficaram 1,25% mais caras em fevereiro.
Na quarta-feira, o Banco Central adotou uma postura conservadora e cortou os juros em 0,75 ponto percentual, para 16,5% ao ano, embora muitos economistas considerassem haver espaço para uma redução mais agressiva. O principal argumento do BC é o controle da inflação. Nessa quinta-feira, o IBGE divulgou uma queda de 1,3% da produção industrial em fevereiro.
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