A compra dos brinquedos para presente de Dias das Crianças não pode levar em consideração só o desejo dos pequenos e o preço. Quem alerta é o Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem), que orienta os pais que, ao adquirir um brinquedo, a primeira coisa que se deve fazer é prestar atenção à existência do selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e a informações sobre a empresa fabricante e a faixa etária recomendada.
"A certificação do Inmetro garante que os produtos não oferecem nenhum risco às crianças e que são adequados à idade especificada", explica o gerente de Fiscalização de Produtos com a Conformidade Avaliada do Ipem, Roberto Tamari. "Se não houver o selo, significa que algo está errado". Outra recomendação é exigir a nota fiscal de compra do produto para poder reclamar caso haja qualquer defeito.
De acordo com Tamari, os principais problemas encontrados em brinquedos não certificados estão na má qualidade dos materiais utilizados na fabricação. "A maior parte desses produtos vem por contrabando da China, por causa do preço baixo", conta. "Para reduzir os custos de fabricação, os fabricantes utilizam tintas tóxicas, que contêm metais pesados como chumbo ou bário, e um plástico quebradiço, que pode se tornar um objeto cortante".
"Há produtos não certificados, que se dizem destinados a crianças pequenas, que possuem peças minúsculas e podem levar a sufocamento, e materiais como vidro, metal e ímã", conta Tamari. Ele lembra que, há alguns anos, houve apreensão de bonecas de pano que, como enchimento, tinham material de lixo hospitalar.
A orientação é evitar fazer compras com vendedores de rua e camelôs. "Mesmo em lojas grandes ainda é preciso verificar a existência da certificação". Além de colocar em risco a saúde dos filhos, os pais que adquirem brinquedos sem procedência conhecida não têm a quem recorrer no caso de defeitos e colaboraram com crimes de contrabando e descaminho.
Para os lojistas, Tamari diz que é imprescindível recusar os produtos irregulares. "Caso a loja seja fiscalizada e não haja informações sobre a origem, quem é autuado por contrabando é o lojista", conta.
Entre janeiro e setembro deste ano, o Ipem fiscalizou mais de 400 mil brinquedos no Paraná, dos quais oito mil, ou 2%, foram apreendidos por apresentarem irregularidades. A expectativa do órgão é verificar mais 300 mil brinquedos até o Natal.