O iPhone só chega às lojas nesta sexta-feira (29), mas Steve Jobs, diretor-executivo da Apple, já mudou a percepção do telefone celular com sua criação. Com isso, ele tem forçado empresas de telefonia, fabricantes e até mesmo Hollywood a reagirem, buscando incessantemente novidades, para não ser deixado para trás.
Fabricantes têm corrido para oferecer novos produtos que possam competir com o iPhone e, em Hollywood, os executivos estão se preparando para uma nova era, enquanto colocam conteúdo onde os consumidores o querem: na palma de suas mãos.
Dois anos atrás, David Ulmerm, diretor de entretenimento da Motorola, ganhou um "não" de fornecedores de wireless quando tentou fazer um telefone com uma tela sensível ao toque. Agora, muitas empresas o procuram sobre o assunto. "A Apple mudou a percepção do quão sexy um telefone pode ser", disse.
Mas talvez a maior mudança seja na noção de que, em um futuro não tão distante, esses vários grupos possam competir, conforme os consumidores demandem por mais e melhor acesso à mídia e se importem menos em como tenham de conseguir isso.
Muitas empresas do Vale do Silício e de Hollywood esperam que as características multimídia do iPhone possam facilitar o uso do telefone para fins semelhantes aos da web: ver vídeos, programas de TV, baixar mapas e trocar e-mails.
No início de muitas tentativas para tornar o celular mais amigável para os internautas, a Apple desenhou sua própria aplicação para que consumidores possam receber vídeos do YouTube através de uma rede Wi-Fi (sem fio). Executivos da indústria prevêem que, conforme fique mais fácil pegar conteúdo por essas redes, mais consumidores irão utilizá-las. Essa perspectiva, útil para fabricantes e empresas de mídia, é assustadora para os fornecedores de serviço, se os consumidores passarem a pensar que eles são irrelevantes.
Concorrência
As empresas de comunicação sabem que têm de se arriscar, ou podem ficar para trás. "A indústria do wireless esteve por perto por 20 anos e foi preciso alguém de fora dela, como Jobs e a Apple, para olhá-la de uma perspectiva diferente", disse Glenn Lurie, presidente de distribuição nacional da empresa de telefonia AT&T.
Um recente artigo mostrou que, na categoria de consumidores de eletrônicos, os usuários de celulares eram os mais insatisfeitos. Preços e planos são muito confusos, contratos são restritivos e o serviço é imprevisível. Apesar disso, mesmo sabendo que isso vai acontecer com iPhone, os consumidores mal esperam para tê-lo, porque a Apple parece tornar tudo mais simples.
Os executivos da indústria de filmes, que viram a inserção de Jobs com o iPod na indústria da música, são bastante cautelosos em suas negociações com o executivo. A maior parte dos estúdios, incluindo a Warner e a 20th Century Fox, resistiu às ofertas da Apple para colocar vídeos no iPod até terem garantia de proteção de direitos autorais e preços reduzidos.
Até agora, a Apple e a AT&T estão se entendendo. Mas mesmo os blockbusters de Hollywood podem ter um final surpreendente. "Tudo que posso falar é que estamos trabalhando com a equipe da Apple por dois anos e a relação é ótima", disse Lurie. "Não posso especular sobre o que acontecerá ainda".
No fim das contas, a indústria de filmes não ficará feliz se seus filmes forem transferidos para celulares com baixa qualidade.
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