Os preços dos automóveis devem começar a embutir a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas próximas semanas. Ontem, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, afirmou que a alta no preço final dos automóveis deve começar a ser sentida no final deste mês e início de maio. Ele, no entanto, ressalta que o aumento para o consumidor dependerá da política de vendas de cada montadora e de cada concessionária.Schneider explicou que algumas concessionárias reforçaram os seus estoques em março, quando ainda havia redução de IPI, e devem manter os preços até o final do estoque. Ele disse ainda que as alterações no preço também podem variar de acordo com o modelo e região.
"O efeito começará a ser sentido no final de abril e início de maio. Mas isso não significa que não vai ter promoção. Mas o que a gente vê é que esse processo de redução de preço por causa do IPI está no final", disse Schneider, que participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Itamaraty.
Inércia
Schneider ressaltou que o número de veículos licenciados vem alto em abril em função das vendas de março que foram registrados no começo deste mês. Segundo ele, até ontem, a média diária é de um licenciamento de quase 14 mil veículos no país. Segundo ele, as discussões com o Ministério da Fazenda para a redução definitiva de IPI para veículos menos poluentes ainda estão em curso essa medida será de médio e longo prazo porque implica pesquisas e desenvolvimento tecnológico.
O presidente da Anfavea comentou a notícia de que o governo estuda elevar a tarifa de importação de autopeças para proteger a indústria nacional. Ele disse que o aumento poderia trazer um forte impacto sobre os custos e destacou que há, inclusive, peças que não são produzidas no Brasil. "Então, não há o que proteger."
O Sindipeças solicitou ao governo a equiparação do Imposto de Importação de autopeças para as montadoras e o varejo. Atualmente, a alíquota para a aquisição de peças a serem usadas na linha de montagem é mais baixa do que a cobrada das empresas que revendem autopeças no Brasil. Schneider disse que a Anfavea ainda não conversou com o Ministério da Fazenda sobre o pleito."Precisamos olhar esse pedido de forma mais ampla. Não sei se aumento de tarifa aumenta a competitividade, que envolve outras questões como o custo tributário, de logística e do dinheiro", afirmou. O presidente da Anfavea disse que a maior parte das importações de autopeças ocorre para o mercado de reposição, mas ele admitiu que as montadoras têm aumentado as suas compras no mercado internacional.