A redução do IPI dos automóveis deu grande impulso às vendas da indústria paranaense em maio. O faturamento do setor industrial aumentou 17,7% em relação a abril e 11,9% na comparação com maio de 2011, segundo sondagem da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A expansão foi puxada principalmente pela forte alta nas receitas das fábricas de veículos que cresceram 92,2% e 116,3%, respectivamente.
Como a queda do IPI foi anunciada apenas em 21 de maio, a dez dias do fim do mês, parte do impacto provocado pela desoneração pode aparecer também nos resultados da indústria estadual em junho, que serão divulgados daqui a um mês. Segundo a Fenabrave, que representa as concessionárias de veículos, o mês passado foi o melhor junho da história do setor.
"Essas medidas paliativas são importantes para o setor industrial, especialmente neste cenário de crise internacional que atravessamos", afirmou, em nota, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. Mas ele ressaltou que tais iniciativas do governo "não são suficientes": "O momento é propício para que sejam feitas as reformas estruturantes que garantam a competitividade da indústria e o crescimento sustentado da economia".
Se no curto prazo houve a ajuda do IPI reduzido, na comparação anual o crescimento das montadoras paranaenses foi provocado muito mais pela fraca base de comparação. Isso porque greves em várias empresas reduziram o faturamento do setor em maio de 2011. A Volkswagen, por exemplo, ficou parada durante quase todo aquele mês, deixando de vender mais de R$ 400 milhões, segundo cálculo feito na época pelo Sindicato dos Metalúrgicos.
Embora as montadoras tenham sido as protagonistas da indústria do Paraná em maio, várias outras atividades também conseguiram crescer. Dos 18 ramos industriais monitorados pela Fiep, 17 relataram expansão do faturamento em relação a abril e 12 disseram ter ganhado mais que em maio do ano passado.
Cinco meses
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2012, o faturamento da indústria paranaense aumentou 2,8%, alcançando o maior patamar da história e se aproximando da previsão da Fiep para o primeiro semestre a entidade prevê alta de 3% nas vendas. Também é recorde o nível de emprego no setor, que cresceu 2,7% sobre igual intervalo de 2011. Os economistas da Fiep destacam que, embora positivos, esses dados revelam uma desaceleração na mesma época do ano passado, faturamento e emprego cresciam 10,2% e 5,4%, respectivamente.