O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a manutenção das alíquotas mais baixas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros bicombustíveis, também chamados de flex. A desoneração estendida deverá custar aos cofres públicos R$ 1,3 bilhão.Os veículos flex de mil cilindradas terão a alíquota mantida em 3% até 31 de março de 2010 anteriormente, o índice voltaria gradualmente para 7% até janeiro. Para os bicombustíveis de até 2 mil cilindradas, o IPI permanecerá em 7,5% também até o fim de março a previsão anterior era de que o porcentual voltaria gradualmente para 11% até janeiro. O governo prorrogou ainda a alíquota zero para caminhões novos até junho do ano que vem o incentivo anterior previa o retorno da alíquota a 5% em janeiro de 2010.
As medidas foram feitas a exemplo do que ocorreu no setor de eletrodomésticos, em que a redução de IPI foi maior para equipamentos que consomem menos energia. De acordo com o ministro, a prorrogação do corte é importante porque o setor automotivo é grande empregador e tem investimentos significativos. "É uma indústria estratégica e, além disso, tem uma simbologia. No pior da crise, tínhamos que criar confiança. Escolhemos a industria automobilística porque ela tem uma representatividade", completou.
Copenhague
O ministro também anunciou que vai incentivar a produção dos veículos menos poluentes. Um estudo será realizado e o primeiro relatório a respeito sai no dia 31 de março de 2010. De acordo com Mantega, foi criado um grupo de trabalho para estudar formas de estimular o desenvolvimento de novas tecnologias no setor automotivo no Brasil e a produção de veículos menos poluentes.
"Estamos indo para Copenhague com propostas bastante fortes e já estamos iniciando ações do governo no sentido de um consumo menor de energia e uma emissão menor de carbono", afirmou.
Mantega disse ainda que o Ministério do Desenvolvimento e o Inmetro estão testando um selo de consumo que seria colocado nos carros de acordo com o gasto de combustível.De acordo com os ministros, o total de desonerações feitas pelo governo para o setor automotivo foi compensado pela venda de 350 mil veículos a mais no período e pelo fato de várias demissões terem sido evitadas.