A queda nos preços internacionais do petróleo irá prejudicar países em todo o Oriente Médio, a menos que a Arábia Saudita, maior exportador mundial da commodity, tome ações para deter o recuo, disse à Reuters o vice-ministro de relações exteriores do Irã.
Hossein Amir Abdollahian descreveu a falta de ação por parte da Arábia Saudita como um erro estratégico e disse ainda esperar por uma resposta dos sauditas, principais rivais de Teerã na região do Golfo,
Os preços do petróleo fecharam a quarta-feira em uma mínima de cinco anos e meio, na segunda maior queda anual da história, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, decidiu manter a produção apesar de um excedente no mercado global e pedidos de alguns membros do cartel, incluindo Irã e Venezuela, de um corte de produção.
"Há diversas razões para a queda dos preços mas a Arábia Saudita pode tomar uma atitude para ter um papel produtivo nesta situação", disse Abdollahian.
"Se os sauditas não ajudarem a prevenir a queda nos preços do petróleo... este será um sério erro que terá um resultado negativo em todos os países da região", afirmou em entrevista exclusiva na noite de quarta-feira.
Os comentários do vice-ministro de relações exteriores iraniano destacam a manutenção de tensões entre as duas nações, presas em uma batalha por poder e influência na região, apesar de esperanças de uma aproximação desde que o presidente do Irã, Hassan Rouhani, assumiu em agosto de 2013.
Abdollahian disse que o Irã terá mais discussões com a Arábia Saudita sobre os preços do petróleo, tanto por representantes na Opep como por meio do Ministério de Relações Exteriores. Ele não deu detalhes específicos sobre quando qualquer encontro aconteceria.
A Arábia Saudita disse no mês passado que não cortaria a produção para dar suporte ao mercado de petróleo mesmo que as nações que não fazem parte da Opep o fizessem.
O vice-ministro iraniano também criticou o envolvimento militar dos sauditas no Bahrein, que foi dominado pela tensão desde protestos em 2011 liderados pela maioria de muçulmanos xiitas visando reformas e um papel mais importante na gestão do país, governado por sunitas.
Abdollahian também repudiou esforços dos Estados Unidos para combater o Estado Islâmico, chamando de manobra para avançar as políticas norte-americanas na região.
"A realidade é que os Estados Unidos não está a agir para eliminar Daesh (como o Estado Islâmico também é conhecido). Eles não estão mesmo interessados em enfraquecer Daesh, eles só estão interessados em administrá-lo", disse.
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