Cultivo orgânico é opção para enfrentar concorrência da China
O vice-presidente da Stevia Soul, Fernando Meneguetti, diz que a China é a grande pedra no sapato da produção brasileira de estévia. Com produtores totalmente subsidiados pelo governo, o país é um grande investidor no ramo e tem conquistado cada vez mais mercados.
Sem ter os mesmos benefícios, o passo à frente dos brasileiros em relação aos chineses é o cultivo orgânico. Já em fase de produção de mudas, que devem ser colocadas em solo paraguaio a partir de novembro deste ano, o empresário destaca que o mercado começa a descobrir os benefícios da planta. Especialmente as multinacionais de refrigerantes, que já comercializam versões à base da herbácea. "O orgânico também é um diferencial e a China não vai conseguir produzir [plantas orgânicas] tão cedo. Eles estão mais preocupados em desbravar o mundo", afirma.
A empresa paranaense Stevia Soul planeja transferir para o Paraguai parte da produção de adoçante à base de estévia de Maringá, no Noroeste do estado, onde fica a sede da indústria e as lavouras da planta. O principal motivo é a oferta de isenção de impostos e de financiamentos facilitados feita pelo governo do país vizinho.
A possibilidade de se mudar para terras paraguaias fez a empresa rever os planos de expansão da cultura no Paraná, explica o vice-presidente da Stevia Soul Fernando Meneguetti. A área de 60 hectares de estévia seria elevada para 120 hectares já no próximo ano.
O executivo conta que o Ministério da Agricultura do Paraguai se colocou à disposição para prestar assistência técnica no plantio de uma área de 100 hectares, que irá beneficiar pequenos agricultores, e garantir a qualidade da produção da planta. O processo de cultivo já foi iniciado e a primeira colheita deve ocorrer em novembro. Meneguetti não descarta a transferência completa da fábrica no futuro. "Ainda não tomamos uma decisão, mas é possível que isso ocorra caso a rodada de negociações não chegue a um acordo", diz.
As negociações ocorrem em Brasília. No início do ano, a Stevia Soul recebeu apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para entregar ao governo federal uma proposta de redução da alíquota do PIS/Cofins, de 21,25% para 12%, o que beneficiaria diretamente os produtores da planta a brigarem por novos mercados fora do país. Hoje, a indústria sofre uma forte concorrência da China, cujo governo concede subsídios tecnológicos para plantio e processamento do chamado cristal de estévia, base do adoçante.
Meneguetti explica que a empresa mantém bom relacionamento com o Paraguai desde 1997, quando passou a exportar matéria-prima. Ele estima em pelo menos US$ 5 milhões o investimento para implantar a indústria no país vizinho, processo que levaria em média dois anos. Ele garante que o governo se comprometeu a manter a isenção fiscal, porém não informa o período de tal acordo. "Também teremos o suporte do setor privado, que vai absorver grande parte da mercadoria."
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