Balanço
Em menos de 7 meses, negócios com FIIs superam os de 2012
Agência Estado
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) movimentaram R$ 4,89 bilhões em 452 mil negócios até o dia 28 de junho, de acordo com dados da BM&FBovespa. O montante é maior que os R$ 3,59 bilhões movimentados em todo o ano passado, em 316.023 negócios.
O patrimônio líquido dos FIIs está em R$ 30,1 bilhões, R$ 6 bilhões a mais do que o calculado em dezembro de 2012. O valor de mercado destes produtos atinge os R$ 29,3 bilhões, ante R$ 25,3 bilhões registrados no fim do ano passado.
Ainda segundo a BM&FBovespa, o número de investidores soma 104 mil, sendo 98,4% pessoas físicas, 0,3% institucionais, 0,1% estrangeiros e 1,2% empresas.
O número de FIIs registrados e autorizados para negociação nos mercados de bolsa e balcão da Bolsa totaliza 107; ao fim de 2012 eram 93. O total de fundos Registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), soma 207, ante 176 contabilizados no fim do ano passado.
R$ 75 bilhões é o volume de dinheiro investido atualmente em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), estoque 33% superior ao do mesmo período de 2012. No último ano, o rendimento líquido das LCIs foi superior ao de investimentos tradicionais. Chegou a 7,18%, acima do alcançado por CDB (5,31%) e poupança (5,23%).
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) vêm atraindo cada vez mais os brasileiros. O volume de dinheiro investido na modalidade é o maior entre os títulos privados o "estoque" aplicado soma hoje R$ 75 bilhões, 33% mais que no mesmo período do ano passado.
As LCIs são títulos de renda fixa, emitidos por bancos ou seguradoras para financiar o setor imobiliário. O investidor Caio Felipe Germano, acostumado a aplicações de baixo risco, acaba de colocar dinheiro nessa modalidade. Formado em administração, ele trabalha em obras de novas franquias que se instalam na cidade. No começo do mês, investiu R$ 30 mil em LCI. O dinheiro é uma reserva, ainda sem fim definido.
Germano tirou quase tudo o que mantinha em caderneta de poupança e CDB, em busca de um rendimento maior. "Só mantive uma reserva de dez mil em poupança e CDB por causa da facilidade para retirar o dinheiro, porque o resgate da LCI está previsto para daqui a dois anos. Fechei com um rendimento de 9,5% ao ano", diz Germano.
Um dos atrativos desse tipo de investimento é o fato de ser isento de Imposto de Renda, o que pode fazer a diferença na comparação com o rendimento de outras aplicações. Se considerada apenas a rentabilidade nominal, a LCI perde para o CDB. Mas, quando é descontado o imposto, ela tem ganhado. Em um cenário de juros baixos e inflação elevada, cada ponto porcentual faz diferença para o investidor.
No último ano, o rendimento líquido das LCIs foi superior ao de investimentos tradicionais. Chegou a 7,18%, de acordo com dados do Banco Central. O resultado é 35% maior que o alcançado pelo CDB (5,31%) e pela poupança (5,23%). "A diferença da rentabilidade líquida se deve à alíquota de Imposto de Renda, de 17,5% para um ano, que incide sobre investimentos em CDB. Isso faz com que a LCI se destaque", afirma Rodrigo Pinheiro, diretor do Conglomerado Financeiro Barigüi.
Outra vantagem é que a LCI tem risco baixo, como o da poupança ou do CDB. Se a empresa onde o dinheiro foi investido quebrar, investimentos até R$ 250 mil são devolvidos ao investidor pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Mas o investimento inicial é considerado alto, mesmo tendo caído recentemente de R$ 50 mil para R$ 30 mil. Para Evaldo Perussolo, superintendente do Barigüi, a não tributação e o aumento da garantia do FGC ajudaram o investimento. "Os investidores estão deixando os grandes bancos para conseguir rendimentos maiores em instituições menores por causa dessa garantia do FGC", diz. "Quando você compara com fundo de investimento, vê que vale mais a pena. O fundo, além de ter a tributação, tem a cobrança de taxa de administração e custo de manutenção do fundo, como assembleia e auditoria".
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