Obras
Linhão é esperança de solução
A transmissão de energia no Paraguai é feita atualmente por cinco linhas. Bastante criticado pela população nos últimos anos, o sistema elétrico do país não tem sustentabilidade. Em 2009, quando houve constantes blecautes, indústrias tiveram de recorrer a geradores próprios para trabalhar e evitar prejuízos.
A expectativa no país é de resolver o problema quando o novo linhão de 500 kV, que está sendo construído na subestação de Hernandárias, entrar em funcionamento, em 2012. O linhão vai dobrar o potencial de transmissão elétrica do país. A linha de transmissão terá 345 quilômetros de extensão e atravessará quatro departamentos e 20 municípios paraguaios. A obra é de responsabilidade do consórcio ABB/CIE, formado por empresas brasileiras e paraguaias, e custará US$ 550 milhões o Brasil vai bancar pelo menos 40% deste valor. As obras na subestação de Hernandárias já começaram, mas ainda é preciso abrir licitação para contratar a empresa que construirá as linhas de transmissão.
As negociações para a construção do linhão avançaram em julho de 2009, quando o Brasil fez um acordo com o Paraguai para aumentar o valor pago pela energia de Itaipu não consumida pelo país. Pelo Tratado de Itaipu, o Paraguai tem direito a consumir até 50% da energia de Itaipu, mas o Brasil tem exclusividade na compra do excedente. (DP)
Foz do Iguaçu - Técnicos da Itaipu ainda investigam causas da falha ocorrida em cinco transformadores da empresa, o que deixou 70% do Paraguai sem energia elétrica por 41 minutos na manhã de ontem. O problema ocorreu na subestação de Hernandárias, cidade vizinha a Foz do Iguaçu, e foi resolvido após a conexão entre os sistemas de Itaipu e da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), estatal paraguaia, ser restabelecida.
Com a interrupção na transmissão, a Itaipu deixou de enviar 917 MW de carga ao Paraguai. A falha do sistema não atingiu o Brasil, mas deixou 13 departamentos (estados) do Paraguai sem energia das 10h39 às 11h18 (horário brasileiro). Pelo menos 900 mil do total de 1,3 milhão de usuários da Ande foram atingidos.
Segundo a Itaipu, um problema técnico provocou a abertura dos disjuntores conectados ao barramento (peça que faz a conexão entre o sistema de Itaipu e da Ande) de 500 kV. Em decorrência, os cinco transformadores deixaram de funcionar. No lado brasileiro da usina, a transmissão e produção de energia não foram afetadas. A energia voltou a ser transmitida assim que os técnicos conseguiram restaurar os transformadores. A energia de Itaipu que saiu do Brasil em 500 kV é convertida em 220 kV para chegar a Assunção.
O superintendente de Comunicação da Itaipu, Gilmar Piola, disse que o incidente pode estar relacionado às obras realizadas na subestação para a construção do novo linhão de 500 kV que levará energia de Itaipu a Vila Hayes, na região de Assunção. "Pode ser algum fator relacionado às obras. Estão sendo trocados cabos", explica.
Transtorno
A falta de energia causou transtornos em indústrias, no comércio e deixou ainda mais caótico o sistema de trânsito da capital, Assunção, onde semáforos deixaram de funcionar. Pelo menos 130 agentes de trânsito foram às ruas para controlar o tráfego. Em Ciudad del Este, lojas do microcentro comercial ficaram sem operar sistemas de informática que permitem verificar preços e emitir notas.
O corte de luz também trouxe prejuízos ao parque industrial do município. O presidente da Associação Industrial de Alto Paraná, Carlos Gonzáles, diz que a linha de produção das indústrias ficou paralisada. Não só industriais, mas funcionários que ganham por produção perderam. "Já perdemos a capacidade de ficar indignados. Isso acontece de três a quatro vezes por mês", diz Gonzáles. O empresário refere-se não apenas aos problemas de Itaipu Ciudad del Este e Assunção enfrentam, nos últimos anos, inúmeros miniapagões provocados não só pela falta de sustentabilidade do sistema de transmissão de energia, mas também por falhas na distribuição.
O engenheiro Alex Dure, gerente técnico da Ande, disse que o problema foi contornado de forma rápida e que os cortes de energia registrados anteriormente no país são pequenos e normais. Alguns referem-se a problemas na distribuição, e não na transmissão.
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