Foz do Iguaçu – A média de produção de energia pela Itaipu Binacional pulou para 10,5 mil megawatts em junho, julho e agosto, para compensar o baixo desempenho do sistema elétrico interligado, afetado pela estiagem que reduziu o nível de água nos reservatórios de hidrelétricos do Sul do país. No cálculo do departamento de operações do Sistema de Itaipu, a demanda este ano vinha girando em torno de 9,5 mil megawatts, contra uma capacidade instalada de 12,6 megawatts.

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Diante da necessidade do sistema, a usina conseguiu autorização para reduzir o nível do reservatório em até um metro, mas o rebaixamento não superou 50 centímetros, e a hidrelétrica vem trabalhando quase que diariamente com as 18 unidades geradoras em operação. Em situações normais, duas delas são desativadas para o rodízio de manutenção rotineiro.

Instalada no Rio Paraná, Itaipu é responsável pelo abastecimento dos dez estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A energia gerada é transmitida a uma subestação de Furnas Centrais Elétricas em Foz do Iguaçu e segue para São Paulo onde passa a integrar o sistema integrado nacional. A partir daí, é distribuída para várias regiões do país, principalmente o Sudeste.

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Da energia utilizada no Sul do país, 34% é fornecida pela binacional e o restante complementado pelas usinas das companhias elétricas de cada estado. No Paraná, entretanto, por causa da estiagem que se agravou desde maio, as usinas da Copel estão produzindo apenas 16% do que poderiam. O déficit está sendo coberto pela Itaipu e por outras usinas instaladas na Região Sudeste.

O adicional de energia gerado pela Itaipu no auxílio à Região Sul é suficiente para abastecer uma população equivalente a da Região Metropolitana de Curitiba. Além de socorrer o sistema, este excedente deve aumentar na mesma proporção o repasse de royalties aos municípios lindeiros ao lago, governos do estado e União.

Cada uma das 16 prefeituras de cidades margeadas pelo reservatório de Itaipu recebe proporcionalmente a cada mês um valor referente à porcentagem alagada para a formação do lago. A maior fatia é repassada a Santa Helena (9,6%) e a menor a Medianeira (0,04%). A participação de Foz do Iguaçu na divisão dos direitos é de 7,4%.

O rateio envolve ainda a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os ministérios do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia e o de Minas e Energia, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (10%), os governos do Paraná (38,06%) e do Mato Grosso do Sul (0,75%), além dos estados e municípios localizados à montante (acima) da usina (12,92%).

Em agosto, foram pagos US$ 9,85 milhões referentes à parcela de royalties de julho – média mantida durante todo o ano. A previsão para 2006 é de que a conta chegue a, no mínimo, US$ 168 milhões. Desde 1991, quando entrou em operação comercial, a hidrelétrica já repassou mais de US$ 2,88 bilhões, apenas para a margem brasileira. Os valores de agosto ainda não foram divulgados.

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