O Itaú Unibanco fechou uma captação de aproximadamente R$ 1,05 bilhão para financiar projetos de energia renovável, eficiência energética, captação e tratamento de água e empreendimentos que contribuam para a redução dos impactos climáticos no Brasil.
A operação conta com recursos da International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial para o desenvolvimento do setor privado, e outras três instituições internacionais: Mizuho, Bank of America Merrill Lynch e Commerzbank.
O dinheiro já está no caixa do Itaú Unibanco, que iniciou a análise dos primeiros pedidos de financiamento. A captação foi feita em duas tranches.
A da IFC, de R$ 262 milhões, terá prazo máximo de pagamento de cinco anos. Os outros R$ 787 milhões dos bancos privados (sendo R$ 262 milhões cada) terão prazo para quitação de três anos.
"Essa operação foi feita com um volume específico e direcionada a bancos comerciais que sabíamos que seriam nosso parceiros", afirmou a responsável pela área de Captações Externas do Itaú Unibanco, Carolina Amaral Camargo.
Segundo ela, na captação com prazo de três anos para pagamento, a taxa de juros que será paga pelo banco será de Libor (taxa de juros interbancária do mercado de Londres, equivalente ao CDI do Brasil) mais 1,2% ao ano e de Libor mais 1,4% ao ano, para o prazo de cinco anos.
A taxa que será cobrada dos clientes do Itaú dependerá da análise do projeto e de risco crédito. A executiva destacou que, apesar de não poder informar os valores, haverá limite máximo para os financiamentos. O objetivo será pulverizar os recursos em um número maior de projetos.
Além disso, os empreendimentos que quiserem os recursos do banco terão de cumprir algumas regras da IFC na área socioambiental.
Segundo a executiva responsável por Instituições Financeiras da IFC no Brasil, Ariane Di Iorio, num momento de crise energética como a que o Brasil enfrenta hoje, uma linha de crédito dessa natureza sempre é bem-vinda. "Nessas ocasiões, as pessoas sempre lembram do tema diversificação da matriz elétrica."
Segundo ela, a demanda por ativos que envolvem sustentabilidade, redução dos impactos climáticos e diversificação da matriz elétrica vem crescendo ano após ano.
Ela destaca que em 2012, por exemplo, a emissão dos chamados "green bonds" (títulos verdes), para financiar iniciativas voltadas ao meio ambiente, estava na casa de US$ 2 bilhões; em 2013 já haviam subido para US$ 10 bilhões; e no ano passado, saltou para US$ 35 bilhões.
"A demanda para ativos em investimentos em projetos ligados ao meio ambiente tem aumentado muito. Hoje há fundos de pensão que fazem alocações vislumbrando esse tipo de métrica."
Projetos
No Brasil, diz Ariane, a IFC já financiou US$ 1,7 bilhão para projetos ligados a melhorias de impactos climáticos. No mundo, são cerca de US$ 11 bilhões desde 2005. O banco brasileiro tem seguido essa mesma linha.
Nos últimos três anos, o Itaú BBA, banco de atacado e investimento da holding Itaú Unibanco, estruturou e financiou mais de 42 projetos relacionados à geração de energia renováveis.
Um dos projetos financiados pelo banco é a Parceria Público-Privada (PPP) do Sistema Produtor São Lourenço, que tem o objetivo de ampliar a capacidade de produção de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo - que vive uma das piores crises de abastecimento da história.
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