O Itaú Unibanco está se aliando a seguradoras independentes em um movimento que, além de replicar a plataforma aberta já adotada em investimentos — batizada de 360 e que oferece fundos de gestoras menores —, visa a dar um novo fôlego no setor. Após reestruturar a sua operação, saindo dos grandes riscos e se concentrando na venda de apólices em canais bancários, o banco está debruçado em ampliar sua atuação.
Ainda piloto, o novo projeto vai mudar a forma do banco de atuar. Em vez de ofertar apenas os produtos que tem em sua prateleira, o banco começou a testar a venda de soluções de outras seguradoras.
O Itaú vai fazer, conforme o novo diretor de seguros da instituição, Luiz Fernando Butori, um trabalho de curadoria junto ao cliente, com foco nas necessidades individuais, e não mais a reboque das metas dos gerentes. As primeiras seguradoras que vão participar do piloto foram selecionadas a partir de um processo de concorrência. Além da Chubb (ex-Ace), que há quatro anos adquiriu a carteira de grandes riscos do Itaú, também participam do projeto a MetLife, a Icatu e a Prudential, que levou a carteira de seguro de vida em grupo do banco.
A estratégia do Itaú, explica Butori, é a mesma traçada com a plataforma 360, na qual o banco decidiu abrir o seu portfólio de investimentos para ofertar produtos de outras gestoras, após entender que não necessariamente tinha a melhor cesta dentro de casa, há um ano e meio. Na mira, estão os que já têm conta no banco e também os não correntistas. “Esperamos fazer um negócio grande. Nossa seguradora é relevante, mas seu tamanho não conversa com o do banco.”
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Com lucro de pouco menos de R$ 700 milhões no primeiro trimestre, a seguradora do Itaú registrou quase R$ 1 bilhão em prêmios no período. A partir da plataforma aberta, há potencial, segundo Butori, para duplicar essa receita em dois anos.
Crédito fraco
O reposicionamento do Itaú ocorre em um momento em que os grandes bancos estão revendo sua operação de seguros, em uma ofensiva para multiplicar as receitas do segmento, visto que o crédito não dá sinais de maior vigor. Neste momento, o Banco do Brasil e a espanhola Mapfre discutem os detalhes finais da revisão do acordo que possuem, a pedido da instituição pública, que não estava satisfeita com a sua fatia nas receitas. A Caixa também renegocia com a sócia francesa CNP Assurances, enquanto toca a venda do restante do seu balcão de seguros.