Etapas
A união das carteiras da Porto Seguro e do Itaú Unibanco é um negócio estimado em R$ 1,7 bilhão. Apesar do alto valor, o banco não fará desembolso de dinheiro, apenas de ações. Veja as etapas a transação:
O Itaú Unibanco cede a carteira de seguro de automóveis e residências, avaliada em R$ 950 milhões, para a Porto Seguro;
A Porto Seguro faz aumento de capital de 30% e incorpora a carteira proveniente do Itaú;
O Itaú Unibanco e a Porto Seguro constituem uma holding chamada PsiuPar (com 57% dos atuais controladores da Porto Seguro e 43% de Itaú Unibanco), que terá 70% da seguradora.
Benefícios vão ser oferecidos a todos os clientes
Por enquanto, nada muda para os clientes com a associação entre o Itaú Unibanco e a Porto Seguro nos segmentos de automóveis e de residência, segundo os executivos de ambas as empresas.
São Paulo - O Itaú Unibanco fechou uma associação com a Porto Seguro, maior seguradora de veículos do país e que, até a semana passada, negociava oficialmente uma parceria com o Bradesco, líder absoluto no país. Com o negócio, o banco ficará com 30% do capital da seguradora e terá a exclusividade para vender seus produtos em sua rede.
Para entrar na Porto Seguro, o Itaú Unibanco decidiu ceder a sua própria carteira de seguros de veículos e residências, avaliada em R$ 950 milhões e que tinha uma participação modesta no mercado. No segmento de veículos, o banco tinha 10,2% do total de prêmios, enquanto a Porto Seguro tinha 20,2% no fim de 2008, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Pela carteira, o Itaú Unibanco receberá a participação de 30% na Porto Seguro, que seguirá administrada pela família Garfunkel, a antiga controladora. Segundo Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, o negócio é avaliado em cerca de R$ 1,7 bilhão e não envolve desembolso de dinheiro, só ações.
Negociação interrompida
De acordo com Jayme Garfinkel, presidente do conselho da Porto Seguro, o negócio com o Bradesco começou a ser tratado no fim do ano passado, mas não foi adiante porque o banco tinha intenção de manter forte presença na gestão. "O banco queria compartilhar mais a gestão. A gente queria ficar controlando o negócio. O Itaú é mais democrático nesse aspecto. Fiquei com receio de não ter essa liberdade com o Bradesco."
Para analistas, o negócio tem potencial para aprofundar a consolidação do setor de seguros, que vive um boom desde o ano passado com chegada de empresas estrangeiras e abertura do mercado de resseguros. "Nós estamos buscando uma presença maior. É um salto muito importante no negócio de seguros. Isso provocará algum rearranjo no mercado. É uma decisão estratégica de cada um", disse Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú.
A Porto Seguro era a última das grandes seguradoras independentes de um grupo financeiro no país. Nos últimos meses, o setor foi sacudido por uma série de fusões. O grupo alemão Zurich comprou a Minas Brasil; e o Liberty, a Indiana. A japonesa Yasuda comprou uma participação na Marítima, e o Santander retomou a parte que a Tokio Marine tinha em uma parceria no setor.
Sul América + BB
A Sul América Seguros, que tem 21,2% de seu capital nas mãos do grupo holandês ING, também negocia uma associação parecida com o Banco do Brasil, com quem tem uma parceria na área de veículos e saúde. "Sempre conversamos sobre o futuro da parceria. Não existe nada de concreto no momento", disse Arthur Farme, vice-presidente da Sul América. Ele negou que o ING esteja vendendo sua participação.
Para Leoncio Arruda, presidente do Sincor-SP (sindicato dos corretores), não há mais espaço no mercado para as seguradoras que não tenham por trás um grupo financeiro. "Quanto menos seguradoras, pior é para negociar. Mas é benéfico para o mercado ter grandes seguradoras. A Porto Seguro era a única que sempre ganhou dinheiro com seguro de automóvel. Tem a melhor expertise. Todos queriam aprender com ela. Tinha uma fila de bancos atrás dela", diz Arruda.
Ontem, a ação PN do Itaú Unibanco subiu 0,90% e o papel ON da Porto saltou 9,37%.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast