O Itaú enviou a correntistas, após a confirmação da eleição de Jair Bolsonaro (PSL), um email em que desenhava um cenário positivo para a economia e recomendava o investimento no mercado de ações. O texto gerou críticas em redes sociais e ameaças de encerramento de contas.
No texto, o banco afirma que Bolsonaro “consolidou a sua caminhada ao Palácio do Planalto com uma plataforma conservadora nos costumes, mas liberal em suas propostas econômicas” e defende que, apesar da posse ocorrer apenas em 1º de janeiro, “o ponto de partida nos parece muito favorável”.
“Diante desse cenário, é o momento de priorizar investimentos em Bolsa. Além da confiança na economia, nossos analistas projetam um bom desempenho no mercado de ações local”.
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Segundo mensagens publicadas nas redes, receberam a mensagem clientes de segmentos de alta renda (Uniclass e Personnalité) e a sugestão foi de alocação em fundos multimercado. Críticos do email consideraram que, no texto, o Itaú demonstrou apoio político ao presidente eleito.
No Twitter, o banco respondeu que o email era uma análise do atual cenário político-econômico com recomendações de investimentos.
“Nosso objetivo com esse comunicado foi o de reforçar que, a partir do cenário eleitoral definido, temos o papel de orientar nossos clientes sobre temas que possam impactar seus investimentos, sempre com base em argumentações técnicas”, escreveu o banco.
O Itaú acrescentou ainda que lamentava não ter sido claro e objetivo ao transmitir essa mensagem. O texto é semelhante ao enviado à reportagem.
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A clientes que procuraram o banco para questionar a mensagem, o banco enviou outra mensagem. Nesta, dizia que durante toda a campanha, o Itaú foi alvo de diversas especulações a respeito de seu suposto posicionamento político, mas que é apartidário.
“O banco, mais uma vez, esclarece que é uma empresa apartidária e não apoia nem apoiou nenhum(a) candidato(a) a cargos eletivos.”
Durante a eleição de 2014, o Santander disparou a um grupo de clientes de alta renda um relatório em que classificava a reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT) como um risco para a economia do país.
À época, o governo acusou o banco de terrorismo eleitoral, e o Santander demitiu funcionários envolvidos no caso, incluindo Sinara Figueiredo, que era superintendente do segmento do banco que disparou o email.