Maior instituição financeira privada brasileira, o Itaú apostou na retomada do crédito e se mostrou um negócio ainda mais rentável no início do ano. O banco lucrou R$ 6,4 bilhões no primeiro semestre de 2010, resultado 40% maior que o do mesmo período do ano passado. É o maior lucro do setor já reportado nos seis primeiros meses do ano o recorde anterior era do próprio Itaú, de R$ 4,6 bilhões em 2009.Para o acionista, a rentabilidade do investimento no banco, medida pelo retorno médio patrimonial, saltou de 22% para 24,4% no período.
Como nos casos de Bradesco e Santander, o Itaú se beneficiou de dois movimentos, ambos ligados ao aquecimento da economia: retomada das operações de crédito e necessidade menor de separar recursos para cobrir eventuais perdas com calote.
No primeiro semestre, o banco acelerou a concessão de novos empréstimos, especialmente para as micro e pequenas empresas e para a compra da casa própria. Com a melhora na economia, o banco reduziu a inadimplência de 5,6% para 4,6% de dezembro a junho.
O diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon, não espera novas quedas na taxa de calotes para os próximos trimestres. Ao contrário, elas podem ter até um ligeiro aumento. O banco também não vai rever as projeções para a carteira de crédito. No começo do ano, o Itaú anunciou que o índice de inadimplência poderia cair entre 50 pontos e 100 pontos este ano. Em relação a junho do ano passado, o indicador para atrasos superiores a 90 dias caiu 80 pontos, para 4,6%, ante 5,4%. "O nível de inadimplência deve se manter no mesmo patamar atual. Há indício de ligeiro aumento", disse o executivo. "Não há mais muito espaço para melhoria, mas estamos em patamar muito bom."