O clima morno no comércio de fim de ano deve esquentar a partir de hoje. Essa é a expectativa dos lojistas, confiantes no eterno hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora. Na semana anterior ao Natal, o movimento está abaixo do registrado em anos anteriores. Mas quem for às compras deve estar pronto para colocar a mão no bolso.
A média de reajuste dos preços de produtos natalinos que compõem a ceia é de 8,63% em Curitiba, de acordo com levantamento do Disque Economia, da prefeitura de Curitiba, em relação a dezembro do ano passado. O aumento é superior ao Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) nos últimos 12 meses, calculado pelo IBGE, para a capital paranaense, que é de 6,68%. A média nacional do IPCA é de 6,56%.
INFOGRÁFICO: Veja a variação dos principais produtos da cesta natalina
Entre os 73 itens pesquisados pelo Disque Economia, em levantamento realizado em 15 de dezembro, as maiores variações oscilam entre 20% e 39% e estão concentradas nas guloseimas, como os panetones especiais, na comparação entre os dois períodos. Os mesmos produtos foram os que registraram as maiores altas também no Natal passado, quando o preço médio da cesta natalina foi 8,5% maior do que 2012.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) também avaliou o preço médio dos produtos tradicionais da ceia de Natal neste ano, em pesquisa realizada nas capitais. Nesse índice, o reajuste médio foi de 5,44%, com aumentos mais significativos nas avelãs (13,27%) e frutas cristalizadas (16,46%). Na outra ponta da tabela, o preço do frango especial e do tender ficaram 10,06% e 6,91% mais baratos, respectivamente.
Essa tendência, no entanto, não se repete em Curitiba. Na apuração do Disque Economia, que avalia os preços de 12 supermercados da capital, o frango especial subiu 8,8% em média e o tender teve reajuste de até 6,94%, dependendo da marca.
Em ambos os levantamentos, o grande vilão da ceia de Natal será a carne de porco. O pernil subiu até 25% na pesquisa do Disque Economia, e 18%, na média apurada pelo FGV/IBRE, que também acusa 13% de reajuste no preço do quilo do lombo.
Pesquisa
Para minimizar a alta dos preços, a saída é pesquisar. O Procon-PR divulgou lista com 137 produtos pesquisados em dez supermercados da capital e identificou diferenças de até 126%. "É preciso sempre fazer a busca pela melhor oferta. E o consumidor pode se surpreender nos mercados de bairro, onde os preços podem ser melhores do que nas grandes redes", observa a diretora do órgão, Claudia Silvano.
Preços
Presentes têm reajuste menor, com aumento médio de 4,08%
A pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) também avaliou o comportamento dos preços dos presentes de Natal. A média de reajuste ficou em 4,08%, abaixo do IPCA nacional acumulado em 12 meses, até novembro de 2014, de 6,56%; e do índice FGV, de 6,81%.
Ainda assim, há produtos que subiram acima da inflação, como relógios (9,36%) e bijuterias (7,51%). Mesmo com reajuste menor, as compras exigem atenção do consumidor. "Itens mais caros, como televisores, por exemplo, quando financiados podem subir muito de preço. A dica é comprá-los à vista para fugir das taxas de juros embutidas", destaca o economista André Braz, do FGV/IBRE.
A notícia dos presentes mais em conta pode animar o consumidor paranaense, que se mostrava pouco disposto às compras, conforme sondagem feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), no início do mês. De acordo com a pesquisa, apesar de nove em dez entrevistados declararem ter a intenção de presentear no fim do ano, o número de pacotes será reduzido. A maior parte (64%) deve comprar presentes para até cinco pessoas. Só 7% vão presentar mais de dez pessoas.