José Ricardo Pavanello, administrador do Armazém Seu Luiz: alta do dólar e quebra da safra de alguns produtos reduziram margens| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Ache o menor preço e monte sua lista de compras para o Natal

A melhor forma de driblar a alta dos preços da ceia de Natal é fazer pesquisa. Para encontrar a melhor oferta, faça sua lista de compras a partir da tomada de preços que Procon-PR realizou de 137 produtos, entre 2 e 8 de dezembro.

Imprima sua lista e boas compras

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Importados sofrem impacto da alta do dólar

O consumo dos itens importados da ceia de Natal deve ser menor este ano. Essa é a previsão do empresário José Ricardo Pavanello, do Armazém Seu Luiz, a partir do movimento visto nas três lojas que administra em Curitiba. "Nesta época, no ano passado, eu já estava desfalcado em alguns produtos. Hoje, mesmo com redução das compras dos fornecedores, meu estoque está completo", diz.

Pavanello conta que sentiu a alta do dólar ainda em setembro, quando fez as encomendas para o fim do ano. Na ocasião, a cotação da moeda projetada pelas importadoras chegou a R$ 2,70. Somado à quebra de safra de alguns produtos como o damasco e o pistache, o resultado foi um reajuste médio de 30% em relação ao ano passado. "Reduzi a margem de lucro para segurar os preços e estou confiante no movimento da véspera do Natal", diz.

Adaptação

A aposta nas compras de última hora está nos planos dos comerciantes do Mercado Municipal, tradicional ponto de venda de artigos importados e produtos natalinos. Lojistas com mais de 50 anos de casa esperam que o movimento cresça a partir de hoje. Ainda assim, muitos reduziram os estoques, ou tiveram que pagar mais caro pela mercadoria do que estavam vendendo. "A avelã estava R$ 40/quilo e eu já paguei R$ 68", diz Elci Cardoso Vieira, da Banca da Sissi. Outro impacto no faturamento da empresária será a queda no fornecimento para bufês e restaurantes. "Muitos eventos de fim de ano foram cancelados", conta.

A redução das confraternizações e dos brindes corporativos acabou refletindo no volume de vendas das duas lojas da Família Scopel Cave e Empório. Com mais de 6 mil itens, sendo 90% deles importados, com aposta forte no segmento de bebidas, Juarez Scopel viu o tíquete médio cair 30% neste ano. Para o empresário, as negociações antecipadas seguraram o efeito da alta do dólar, mas a substituição tributária afetou o preço final ao consumidor. "A concorrência com supermercados e o aumento do contrabando também reduziram as vendas em até 40%. Mesmo com margem menor, o faturamento deve empatar com o ano passado, e o volume de produtos vendidos será menor", diz.

O clima morno no comércio de fim de ano deve esquentar a partir de hoje. Essa é a expectativa dos lojistas, confiantes no eterno hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora. Na semana anterior ao Natal, o movimento está abaixo do registrado em anos anteriores. Mas quem for às compras deve estar pronto para colocar a mão no bolso.

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A média de reajuste dos preços de produtos natalinos que compõem a ceia é de 8,63% em Curitiba, de acordo com levantamento do Disque Economia, da prefeitura de Curitiba, em relação a dezembro do ano passado. O aumento é superior ao Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) nos últimos 12 meses, calculado pelo IBGE, para a capital paranaense, que é de 6,68%. A média nacional do IPCA é de 6,56%.

INFOGRÁFICO: Veja a variação dos principais produtos da cesta natalina

Entre os 73 itens pesquisados pelo Disque Economia, em levantamento realizado em 15 de dezembro, as maiores variações oscilam entre 20% e 39% e estão concentradas nas guloseimas, como os panetones especiais, na comparação entre os dois períodos. Os mesmos produtos foram os que registraram as maiores altas também no Natal passado, quando o preço médio da cesta natalina foi 8,5% maior do que 2012.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) também avaliou o preço médio dos produtos tradicionais da ceia de Natal neste ano, em pesquisa realizada nas capitais. Nesse índice, o reajuste médio foi de 5,44%, com aumentos mais significativos nas avelãs (13,27%) e frutas cristalizadas (16,46%). Na outra ponta da tabela, o preço do frango especial e do tender ficaram 10,06% e 6,91% mais baratos, respectivamente.

Essa tendência, no entanto, não se repete em Curitiba. Na apuração do Disque Economia, que avalia os preços de 12 supermercados da capital, o frango especial subiu 8,8% em média e o tender teve reajuste de até 6,94%, dependendo da marca.

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Em ambos os levantamentos, o grande vilão da ceia de Natal será a carne de porco. O pernil subiu até 25% na pesquisa do Disque Economia, e 18%, na média apurada pelo FGV/IBRE, que também acusa 13% de reajuste no preço do quilo do lombo.

Pesquisa

Para minimizar a alta dos preços, a saída é pesquisar. O Procon-PR divulgou lista com 137 produtos pesquisados em dez supermercados da capital e identificou diferenças de até 126%. "É preciso sempre fazer a busca pela melhor oferta. E o consumidor pode se surpreender nos mercados de bairro, onde os preços podem ser melhores do que nas grandes redes", observa a diretora do órgão, Claudia Silvano.

Preços

Presentes têm reajuste menor, com aumento médio de 4,08%

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A pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) também avaliou o comportamento dos preços dos presentes de Natal. A média de reajuste ficou em 4,08%, abaixo do IPCA nacional acumulado em 12 meses, até novembro de 2014, de 6,56%; e do índice FGV, de 6,81%.

Ainda assim, há produtos que subiram acima da inflação, como relógios (9,36%) e bijuterias (7,51%). Mesmo com reajuste menor, as compras exigem atenção do consumidor. "Itens mais caros, como televisores, por exemplo, quando financiados podem subir muito de preço. A dica é comprá-los à vista para fugir das taxas de juros embutidas", destaca o economista André Braz, do FGV/IBRE.

A notícia dos presentes mais em conta pode animar o consumidor paranaense, que se mostrava pouco disposto às compras, conforme sondagem feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), no início do mês. De acordo com a pesquisa, apesar de nove em dez entrevistados declararem ter a intenção de presentear no fim do ano, o número de pacotes será reduzido. A maior parte (64%) deve comprar presentes para até cinco pessoas. Só 7% vão presentar mais de dez pessoas.

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