Dois dias antes do lançamento do iPhone 4S no Brasil, a Apple inaugurou ontem a iTunes Store brasileira, seu serviço de venda de filmes e músicas. Cada faixa, que pode ser ouvida por 90 segundos gratuitamente, será comercializada por US$ 0,99 (R$ 1,83 no câmbio de ontem), em média. Álbuns inteiros custam US$ 9,99 (R$ 18,48). Filmes são alugados por US$ 3,99 (R$ 7,40) ou adquiridos por US$ 14,99 (R$ 27,81), em média. Filmes em HD são mais caros.
Por enquanto, o pagamento é feito apenas em dólar e por meio de cartão de crédito internacional, ou seja, o consumidor também pagará o IOF, imposto cobrado em transações internacionais o valor é de cerca de US$ 0,06 para cada faixa de música. A conversão para preços em reais está prevista para o início de 2012, mas a empresa não informa qual será o valor mínimo de uma faixa musical.
Lançada nos EUA em 2003, a iTunes Store chega ao país com oito anos de atraso, num lançamento conjunto com outros 15 países da América Latina. Com isso, a loja da Apple está em 51 mercados.
Por que demoraram tanto? "Lançamos lojas uma após a outra... Queríamos fazer um lançamento muuuuito forte no país", desconversa Oliver Schusser, diretor-sênior da Apple para iTunes.
No Brasil, a loja estreia com 20 milhões de músicas e mil filmes (a Netmovies oferece um catálogo de 4 mil filmes no país). "Há muito conteúdo nacional", diz ele. Quanto? "Não sei", disfarça, sentado ao lado da cantora Marisa Monte, garota-propaganda do lançamento da Apple no país. "Temos todas as principais gravadoras e os principais artistas. Temos Roberto Carlos", comemora o executivo, enrolando a língua nos erres. "As músicas dele não existiam no formato digital", afirma.
Competitividade
Levantamento feito pela reportagem mostrou que comprar um CD pela internet, mesmo com taxa de entrega, custa menos que comprar as faixas digitais na iTunes Store. "Nosso foco não é sermos os mais baratos. Apesar disso, nosso preço é bastante competitivo", diz Schusser.
Além disso, nos oito anos entre a estreia americana e o lançamento da iTunes Store no país, a prática de baixar música de graça se consolidou entre brasileiros. A pirataria ocupa 65% do mercado fonográfico do país e parece difícil que a loja da Apple se imponha como alternativa aos clandestinos. Na esfera legal, com a proliferação de serviços de música em streaming, como o Sonora e Rdio, a Apple pode ter perdido o bonde da música digital no país.
Apple TV custa o dobro no Brasil
Folhapress
No mesmo dia em que lançou oficialmente a iTunes Store no Brasil, a Apple começou também a vender a Apple TV uma caixinha que se conecta à televisão e reproduz arquivos de mídia. Ela "conversa" por conexão wi-fi com aparelhos equipados com o sistema iOS (iPhones, iPads e iPods touch). Isso significa que é possível exibir vídeos ou fotos abertos nesses dispositivos direto na televisão.
Ela também possibilita o consumo de filmes e de músicas da iTunes Store por streaming, além de exibir conteúdo de portais como o YouTube e o Vimeo. A Apple TV tem suporte para vídeos em alta definição (até 720p) e pode ser controlada por um iPhone, um iPad ou um iPod touch.
A caixinha também permite conexão com o iCloud, para que o usuário acesse arquivos guardados no serviço de armazenamento na nuvem da Apple. No site da companhia (apple.com.br), a Apple TV sai por R$ 399, mais que o dobro do preço dos EUA. Lá, o aparelho custa US$ 99 cerca de R$ 180.