Posto de combustível em Curitiba: mudanças nos preços tornam etanol mais atraente| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Margem de lucro cresceu 16% no PR

A diferença do valor de compra e de venda nos postos paranaenses aumentou 16,4% desde janeiro do ano passado. A margem de lucro embutida pulou dos R$ 0,340 por litro de gasolina em 2012 para R$ 0,396 por litro do produto neste mês.

O aumento foi puxado fortemente pela oscilação do preço do combustível em Curitiba. A margem na capital cresceu 38%. Cascavel, no Oeste do estado, apresentou forte alta de 20,8%.

Nos postos de Foz do Iguaçu e Maringá, por outro lado, a margem de lucro caiu 11,4% e 10,5%, respectivamente, de acordo com a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo.

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Em queda, etanol volta a ser opção

Depois de meses praticamente em desuso, o etanol voltou a ser uma boa opção para quem tem carro flex. Após a ligeira queda de preço em 2012, o valor do litro do combustível voltou a custar cerca de 70% do litro da gasolina, proporção em que, normalmente, o etanol passa a ser mais econômico para quem pode escolher qual combustível usar. No entanto, o cálculo deve ser feito caso a caso e considerando as previsões de recuperação de preços. "Foram meses em que era muito raro ver alguém abastecer, mas com a entressafra, os preços podem aumentar ligeiramente. Os estoques de etanol estão escassos", afirma Rolando Gasperin, proprietário de posto no Sítio Cercado, em Curitiba.

O reajuste esperado de pelo menos 7% no preço da gasolina vai representar uma alta incomum para a maior parte das cidades paranaenses. Nos últimos doze meses, somente Curitiba teve uma variação parecida: abastecer ficou 6,3% mais caro na capital de acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Nas demais cidades do estado, o preço do combustível se manteve estável ou cresceu abaixo da inflação. Em Londrina, que teve a segunda maior alta, a gasolina ficou 4% mais cara em 2012. Em Maringá, o preço na bomba caiu -0,5% na comparação com janeiro do ano passado. Na média do estado, o aumento foi de apenas 3,6%.

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INFOGRÁFICO: Veja como ficou o preço dos combustíveis nos últimos 12 meses

O governo federal não confirma, mas os empresários do setor temem que a alta seja anunciada para a próxima semana. O anúncio do reajuste normalmente é feito sem alarde, para que não exista risco de antecipação da compra. Na semana passada, o secretário de acompanhamento do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Silveira, afirmou que não havia nada definido e que o preço dificilmente oscilaria até fevereiro.

O temor é de que os novos preços entrem em vigor às vésperas do feriado de carnaval, quando há movimento mais intenso nos postos. A última alta expressiva de preços em Curitiba aconteceu dias antes do feriado de finados, gerando protestos entre consumidores.

Outro risco é que o aumento seja antecipado ou ampliado pelos postos. Apesar da alta da Petrobrás estar estimada em 7%, alguns empresários admitem que o combustível possa ficar até 15% mais caro para o consumidor. "Não há nada confirmado ainda, mas os estabelecimentos se aproveitam do momento para antecipar o aumento, mesmo que seu estoque tenha sido adquirido no valor antigo", afirma o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva.

Mesmo sem qualquer confirmação oficial, os postos pelo Paraná esboçam a possibilidade de reajuste nos próximos dias. No litoral, os consumidores já são alertados que o aumento deve chegar antes do carnaval e o preço do combustível pode chegar à R$ 3,10.

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Demanda

Os donos de postos de Ponta Grossa já estão prepa­rados para uma corrida às bom­bas. Gerente de um posto às margens da PR-151, Moisés Schmidt justifica que não há alteração de preço há dois meses. "Já estamos mantendo o estoque alto, porque o reajuste pode vir a qualquer momento", afirma.

Com o argumento de mar­gens apertadas, o reajuste será repassado na íntegra. "Sabemos que deverá haver um reajuste e que isso terá de ser repassado ao consumidor, mas ainda não sabemos quando", afirma Rubens Ribeiro, gerente de um posto no centro da cidade.

(Colaboraram Derek Kubaski, Pedro Brodbeck, Luiz Carlos da Cruz, Oswaldo Eustáquio, Bruna Komarchesqui e Erik Gimenez)

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