Como estão as suas finanças? Vai dar para dar um bom presente para sua mãe? Pois saiba que a lembrança que você vai comprar pode ser uma consequência direta de um comportamento que você aprendeu com ela. As mães servem de exemplo e, se ensinam a poupar desde cedo, ajudam a formar uma geração de consumidores mais conscientes.
A influência pode ser ruim. "As mães têm que parar de ser caixa eletrônico dos filhos", afirma o especialista em finanças pessoais Altemir Farinhas. "Isso não educa. O bom é dar a mesada e saber dizer não. Gastou tudo, espera o mês seguinte, assim o filho vai se acostumar com a vida real, como será quando tiver um salário", opina. Isso pode reduzir bastante o risco de o filho se tornar um adulto endividado.
Três categorias
O educador financeiro Reinaldo Domingos diz que o consumidor pode estar em três situações: pode ser poupador, com dinheiro para comprar um bom presente; pode estar endividado, mas com as parcelas em dia; ou endividado e inadimplente. "Cada um deve agir de forma diferente", diz.
Caso o filho seja poupador, deve analisar com calma o que a mãe precisa. "O trunfo é saber o que a mãe realmente quer", afirma Domingos. Se for o seu caso, é hora de começar as pesquisas de preço, inicialmente pela internet, e negociar nas lojas o melhor valor à vista, já que o tempo é aliado do bom comprador.
Se a família não tem reserva, mas paga as contas em dia, a estratégia deve ser diferente. "É preciso saber o valor exato da prestação que cabe no orçamento, antes mesmo de escolher o presente. Ou o endividado pode passar a inadimplente rapidamente", recomenda o educador.
Se o filho já perdeu o controle ao ponto de ficar inadimplente, a recomendação é não gastar. "Essa pessoa precisa conversar com a mãe e explicar que não dá para comprar esse ano. Manda flores com um cartão bem caprichado, aposto que ela vai gostar", conclui Domingos.
Deu errado
Quando o presente vira problema
Quando os filhos não fazem as contas antes de comprar, o presente pode virar problema. Foi o que aconteceu com o Jucimar Silva, comerciário. Os filhos do primeiro casamento, de 18 anos e 20 anos, quiseram comprar para a mãe uma geladeira que custaria 20 parcelas de R$ 240. Não deram conta de pagar e tiveram que recorrer ao pai.
Ele assumiu a dívida, mas também levou o presente para a casa dele. "Ela não ficou sem geladeira, eu dei a minha antiga para ela. E eu tive que dar aquela bronca em todo mundo. Como pode comprar e não dar conta de pagar?"
Muitas famílias optam por esse sistema de rateio das parcelas entre os filhos quando o preço do presente é maior. Foi o caso da Lucilene Falchi, assistente financeira. Ela disse que se junta aos três irmãos e divide as prestações. Assim, a mãe, Inês, já ganhou geladeira nova, jogo de cozinha e até armários para o quarto. Mas a filha conta que prefere fugir de presentes caros e impessoais no dia das mães. "A gente prefere dar coisas pra ela, perfume, roupa, para homenagear mesmo. As coisas da casa eu prefiro dar em outra data", explica Lucilene.
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