O Japão decidiu contestar o Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, conforme reportagem divulgada nesta sexta-feira, no "Valor Econômico". A ação japonesa abriu caminho para a Coreia, outra produtora de automóvel, se queixar do Brasil.
A contestação da medida, será feita pelo Japão inicialmente no Comitê de Acesso ao Mercado, que periodicamente examina novas barreiras levantadas pelos países.
A situação ainda não é de disputa comercial, mas pode levar a isso se os japoneses e outros parceiros julgarem que seus interesses estão sendo prejudicados e pedirem aos juízes da OMC que examinem a legalidade da medida.
Em Paris, ao ser questionado pelo Valor se o governo planeja adotar a elevação de 30 pontos percentuais no IPI para outros setores com índice de nacionalização abaixo de 65%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve a prudência.
"Achamos que a medida era necessária para esse setor [automotivo]. Não temos mais nada em vista", avisou.
As empresas japonesas têm produção no Brasil, o que as livra da sobretaxa. A preocupação do Japão, portanto, é que outros países sigam o exemplo brasileiro.
A elevação do IPI para carros no Brasil figura no relatório que a OMC prepara sobre novas medidas protecionistas no comércio mundial, que será examinado pelos países desenvolvidos e emergentes do G-20, que justamente se comprometeram a não adotar barreiras adicionais ao comércio.
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