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Indústria Aeroespacial

Jato militar é primeira aposta da Embraer depois da Boeing Brasil

Jato militar P600 AEW, da Embraer
Praetor 600 AEW (Foto: Divulgação/Embraer)

O primeiro produto militar da Embraer Defesa e Segurança (EDS) lançado depois da criação da Boeing Brasil Commercial, empresa resultante da compra da divisão comercial da Embraer pelo grupo dos Estados Unidos, foi apresentado nesta terça-feira, em Paris, no Salão Aeronáutico de Le Bourget: é um jato militar.

O P600 AEW, jato de alerta antecipado e inteligência, é um avião compacto com alcance na faixa de 7,5 mil km. Será montado sobre a plataforma do biorreator executivo Praetor 600, de 12 lugares, mostrado ao mercado de aeronaves corporativas há sete meses.

“O avião pode dar uma posição de destaque à Embraer no segmento de defesa. Ao lado do avião multiuso KC-390 pode ser uma linha importante de receita para a empresa.”

Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos.

Nesta terça, na França, a EDS e a israelense Elta Systems, assinaram o acordo de desenvolvimento que permitirá o uso de sistemas eletrônicos e digitais de quarta geração - o principal deles, um radar de múltiplo emprego capaz de cobrir o campo de ação de 360 graus em menos de 10 segundos. A antena será montada em um casulo sobre a fuselagem.

Segundo Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa, “o P600 AEW pode atender ao crescente mercado de capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento em países que exigem soluções economicamente viáveis”. O preço do novo avião militar será definido de acordo com as especificações para atender as necessidades de cada cliente.

Avião deve ter preços acessíveis

Herrera, da Toro Investimentos, aponta que o P600 AEW é um avião com tecnologia de ponta, mas que será vendido a preços acessíveis. Isto, segundo ele, abre espaços em mercados que precisam reforçar suas forças aéreas, mas que não querem ou não podem investir em modelos sofisticados.  A versão civil é cotada a US$ 21 milhões.

Schneider diz que, entre as virtudes da aeronave, estão “o alto desempenho e a flexibilidade para cumprir missões de defesa e de segurança interna”.

O acordo entre a EDS e a Elta, subsidiária da Israel Aerospace Industries (IAI), estabelece que sairão da indústria brasileira o jato, os recursos de terra e os sistemas de comunicação e integração.

Os israelenses fornecerão o radar de alerta antecipado, mais os sensores de coleta de informações, vigilância e inteligência.

Jato militar de alta tecnologia

A plataforma vai trabalhar com um amplo conjunto de aplicações, usualmente encontradas apenas em modelos de grande porte. Os consoles de bordo permitem a execução de missões variadas: fornecimento de imagens de situação, defesa aérea, reconhecimento marítimo, defesa terrestre. Faz a detecção de ameaças, atua como base aerotransportada de comando e controle com cobertura além do horizonte por meio de sinais de satélite.

O Praetor 600, sobre o qual a EDS vai montar o P600, é um jato bimotor de 20,7 metros, operado por dois tripulantes. Voa a 863 km/hora e tem autonomia intercontinental. Leva de 8 a 12 passageiros, além de 1,4 toneladas de carga. Faz parte da linhagem da família Legacy de jatos executivos. Até janeiro desse ano haviam sido entregues 111 unidades. O primeiro protótipo voou em novembro de 2012.

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