O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem, em Davos, que sua equipe não está "aqui para fazer remendos", referindo-se ao seu plano de ajuste fiscal e de "arrumar a casa". Para Levy, os investidores internacionais não estão preocupados com o curtíssimo prazo, e o governo está preparando o país para ter um crescimento sólido.
Ele mencionou à referência à necessidade de "paciência e humildade" do discurso de posse da presidente Dilma e repisou algumas vezes que há uma "torcida" pelo Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos. Segundo o ministro, "a prioridade hoje é uma prioridade fiscal; quando o país está fiscalmente estável, as coisas funcionam muito melhor, o custo baixa".
Numa crítica clara à política de estímulos à demanda do seu antecessor, Guido Mantega, Levy fez uma analogia entre a economia brasileira e um carro subindo uma ladeira. Segundo ele, a economia vinha desacelerando e as pisadas no acelerador estavam fazendo o carro engasgar. "Agora, engrenamos uma segunda e aí acelera, diferente de pisar no acelerador de quarta, com os incentivos, com isso e aquilo, porque isso não estava mais tendo tração."
A comparação também é uma resposta a uma indagação geral em Davos, não só da imprensa, mas também dos investidores, empresários e autoridades econômicas com quem Levy vem se encontrando. O apoio no Fórum à nova política econômica ortodoxa é total, mas persiste uma séria dúvida quanto à capacidade de a economia brasileira voltar a crescer.
Recessão
Para Levy, pode haver um trimestre de recessão (crescimento negativo), mas isso não quer dizer nada em relação a um período mais longo. Ele lembrou que houve trimestre de recessão recentemente.
Ministro disse que o crescimento em 2015 tende a ser "flat" (próximo a zero).