Os videogames estão ficando mais amáveis e gentis conforme mulheres e jogadores de mais idade buscam diversão em uma forma de entretenimento dominada há longa data por garotos adolescentes determinados a vencer guerras em mundos fantásticos.
Embora jogos violentos como "Grand Theft Auto" e "Battlefield" continuem no topo da lista dos mais vendidos, jogos relaxantes, projetados para incentivar a calma e a tranquilidade estão emergindo para formar uma importante categoria no setor, que é frequentemente criticado por promover comportamentos negativos.
"Muitas pessoas que jogavam videogame no passado cresceram. Elas os veem agora como mais que um passatempo para crianças", disse a doutoranda da Universidade de Ohio Jodi Whitaker, autora de um novo estudo sobre o efeito dos videogames sobre os jogadores.
"É algo que adultos podem fazer, então é mais socialmente aceitável que outras pessoas joguem também".
A mudança aconteceu no momento em que produtoras de videogames passaram a buscar jogadores casuais que desejam uma diversão breve em seus celulares ou na Internet e podem investir 250 dólares ou mais em aparelhos como o PlayStation, da Sony, e o Xbox, da Microsoft.
O console Wii, da Nintendo, mais barato, com preço de cerca de 150 dólares, tem sido um dos maiores catalisadores da mudança, com seu foco em esportes, educação e comunidade. Com 88 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento, em 2006, é comum encontrar o aparelho em cruzeiros e retiros para aposentados.
Os jogos do Wii são "mais como um exercício em equipe, como jogos de tabuleiro", disse Jeff Ryan, autor de "Super Mario", a ser lançado em agosto nos Estados Unidos pela Portfolio Penguin.
O efeito de jogos violentos não é surpreendente. O estudo de Whitaker mostra que jogos violentos deixam as pessoas mais agressivas e nervosas, enquanto os relaxantes deixam-nas mais amáveis, felizes e generosas.
"Então os jogos relaxantes não só diminuem o comportamento agressivo, mas também aumentam os comportamentos sociáveis e prestativos", disse Brad Bushman, professor de comunicação e psicologia na Universidade de Ohio, que conduziu a pesquisa em parceria com Whitaker.