Com apenas 17 anos, João Pedro Carvalho Motta tem trajetória de gente grande. Ele deixou a família e o interior de Minas Gerais para trabalhar em São Paulo, onde se sustenta criando aplicativos para empresas. Nesta última semana, ele conseguiu um feito e tanto: o Plaay, um app lançado por ele e pelo sócio, Anderson Ferminiano, de 18 anos, chegou ao top 15 da App Store brasileira, a loja virtual de aplicativos da Apple. Na tarde de ontem, era o terceiro programa mais popular em download na categoria "música". Chegar ao top 15 na App Store não é pouca coisa: o lugar costuma ser frequentado por WhatsApp, Facebook e Google Maps, pesos-pesados do mundo dos aplicativos.
O Plaay começou como um site, lançado em fevereiro, para escutar e compartilhar música. Hoje já são 50 mil usuários. A ideia do serviço é facilitar a criação de playlists, de saber o que os amigos estão ouvindo e de ficar por dentro de lançamentos do gênero de música preferido pelo usuário. As músicas são "puxadas" do YouTube e reproduzidas pelo Plaay manobra que evita dor de cabeça de lidar com as gravadoras. "Funcionamos como uma rádio. A gente só reproduz, é tudo gratuito", diz Motta.
O Plaay ainda não tem receita, mas a ideia é monetizar utilizando as informações geradas pelos acessos. "Essas informações têm muito valor. O que o usuário gosta de ouvir, onde ele mora, o gosto musical. Queremos aproveitar esse conhecimento para lançar algo que agregue valor, como a venda de shows ou de streaming de eventos", afirma ele.
O perfil médio do usuário do Plaay é o jovem de 17 a 24 anos que mora principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. "Estão conectados direto, voltam sempre para o site, e não estão dispostos a pagar por um serviço como o Rdio para ouvir música", diz João. Os dois sócios estão em conversas com fundos de investimento para possível aporte na empresa. Também estão em discussão avançada, segundo João, para vender cotas de patrocínio. "Estamos focado na expansão. Queremos vender essas cotas para empresas que estejam preocupadas em ver o Plaay crescer."
Vida pessoal
Motta começou a programar aos 11 anos. A mãe chegou a cortar os fios do computador, desconfiada de que a vida na internet não levaria o menino muito longe. "Eu não estava indo bem na escola. Mas quando começaram a me convidar para palestras em São Paulo e assinei os primeiros contratos com agências, ela viu que a coisa era séria", conta João. Ele pensa em cursar uma universidade nos Estados Unidos.
Motta está em Curitiba hoje, onde participa do Curitiba Social Media, no Estação Business School. No evento, ele vai participar de uma mesa redonda sobre os limites da "zueira" na internet.
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