O juiz federal substituto Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, da 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra dezesseis acusados de participar em um esquema fraudulento nas importações da subsidiária da americana Cisco Systems no Brasil.
O escândalo foi deflagrado a partir da operação Persona, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Entre os acusados está Carlos Roberto Carnevali, vice-presidente de Vendas da Cisco na América Latina. Recentemente, a empresa americana admitiu que ele poderia ter fraudado as importações para reduzir e sonegar impostos.
A Receita Federal estima que, em cinco anos, o volume total sonegado pela empresa chegue a R$ 1,5 bilhão.
As operações teriam como beneficiárias as empresas Cisco System americana, como exportadora, e Cisco do Brasil, como a importadora. As empresas contavam com o auxílio da importadora Mude e de outras companhias americanas e brasileiras, reais e fantasmas, segundo o juiz.
Também foi aceita denúncia contra Moacyr Alves Sampaio, presidente da Mude, José Roberto Pernomian Rodrigues, Hélio Bennetti Pedreira, Fernando Machado Grecco, Marcelo Naoki Ikeda, Marcílio Palhares Lemos, Reinaldo de Paiva Grillo, administrador da empresa What's Up Business, Gustavo Henrique Castellari Procópio, gerente de Operações e Finanças e sócio da Mude, Everaldo Batista Silva, Leandro Marques da Silva, Paulo Roberto Moreira, Cid Guardia Filho, Ernani Bertino Maciel, Marcos Zenatti e José Carlos Mendes Pires.
O atual presidente da empresa no Brasil, Pedro Ripper, que chegou a ser preso preventivamente e depois liberado, ficou de fora das acusações.
No dia 5 de dezembro serão interrogados os réus Carlos Roberto Carnevali, Moacyr Alves Sampaio, José Roberto Pernomian Rodrigues, Hélio Bennetti Pedreira, Fernando Machado Grecco. No dia 6, será a vez de Marcelo Naoki Ikeda, Marcílio Palhares Lemos, Reinaldo de Paiva Grillo, Gustavo Henrique Castellari Procópio e Everaldo Batista Silva. No dia 7, de Leandro Marques da Silva, Paulo Roberto Moreira, Ernani Bertino Maciel e Marcos Zenatti.
Os réus Cid Guardia Filho e José Carlos Mendes Pires serão interrogados na Subseção Judiciária de Ilhéus, na Bahia.