A principal juíza do Supremo Tribunal da Grécia foi nomeada primeira-ministra interina nesta quinta-feira (27) para conduzir o país até as eleições do mês que vem, encerrando uma semana de impasse político após a renúncia do premiê esquerdista Alexis Tsipras.
Vassiliki Thanou, crítica da austeridade fiscal que se pronunciou contra os cortes de salários de juízes e autoridades da corte, assumirá o cargo como primeira mulher premiê da nação às 20h (horário local). Seu governo será empossado na sexta-feira (28), quando deverá ser anunciada uma nova eleição para 20 de setembro.
Sua indicação encerra uma semana de negociações infrutíferas, já que líderes dos maiores partidos da oposição se revezaram em vão na tentativa de formar um governo.
A Constituição da Grécia prevê que os três maiores partidos representados no Parlamento tenham a chance de formar uma coalizão se um primeiro-ministro renuncia menos de um ano depois de assumir o cargo.
Impasse
O processo se arrastou durante uma semana porque os principais opositores conservadores e o partido Unidade Popular, de extrema esquerda, usaram totalmente os três dias que tinham direito, apesar de não terem chance de sucesso, na esperança de adiar um novo pleito.
Os conservadores disseram que tudo precisa ser feito para evitar uma nova rodada de eleições que a Grécia não precisa.
O líder do Unidade Popular, Panagiotis Lafazanis – que rompeu com o partido Syriza, de Tsipras, na semana passada, levando consigo um sexto dos parlamentares – gastou seus três dias para expressar sua mensagem contra o resgate financeiro.
Tsipras continua imensamente popular na Grécia, mesmo tendo voltado atrás em suas promessas e aceitado um programa de socorro financeiro.
Os partidos de oposição acreditam que um período de campanha mais longo oferece uma oportunidade melhor de abalar sua popularidade à medida que os cortes resultantes das medidas de austeridade do pacote de socorro começarem a ser sentidas pela população.
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