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Especialistas recomendam não mexer em dinheiro já aplicado na poupança, mas distribuir novas economias em outros investimentos | Sergio Moraes/Reuters
Especialistas recomendam não mexer em dinheiro já aplicado na poupança, mas distribuir novas economias em outros investimentos| Foto: Sergio Moraes/Reuters

70% foi a queda da captação líquida (diferença entre depósitos e saques) no mês de março de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado, em um indicativo de que a competitividade com fundos de investimentos abalou a popularidade da poupança. Em março, os depósitos somaram R$ 118,4 bilhões na caderneta, e as retiradas, R$ 116,61 bilhões.

Prazos

Quando vale a pena

Fundos podem ser mais ou menos rentáveis, conforme o tempo de aplicação e a taxa de administração.

• Até seis meses

Os fundos de renda fixa com taxas de administração de até 1,5% rendem levemente acima da poupança. A diferença é pequena e se o investidor busca liquidez, a caderneta ainda tem vantagem.

• Entre seis meses e dois anos

Vale a pena o investimento em maior parte dos fundos de renda fixa. A poupança rende 0,55% ao mês, enquanto os concorrentes podem render de 0,56% a 0,67% ao mês.

• Acima de dois anos

Somente fundos com taxas de administração superiores a 3%, perdem para os rendimentos da poupança. Neste caso, vale mais a pena renegociar os termos da aplicação com o banco.

Com o novo aumento da taxa básica de juros para 11% ao ano, as aplicações em renda fixa, como os fundos de investimento, Tesouro Direto e CBD, passaram a ser mais rentáveis que a poupança em diversas circunstâncias. Exceto para aqueles investidores que precisam de liquidez acima de tudo, a recomendação é pesquisar e estar atento a outras opções. No período de dois anos, o rendimento em outras aplicações pode ser até 25% maior do que o verificado na caderneta.

Veja o rendimento de quatro tipos de investimento

A mudança veio com mais um aumento na taxa Selic. Depois de um longo período de quedas, as sucessivas altas voltam a fazer dos fundos de renda fixa atrelados aos juros boas opções de investimento. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o rendimento anual do Tesouro Direto, por exemplo, passa a ser de 8,54%. Os fundos DI com taxa de administração de 1% rendem 8%, enquanto na poupança o dinheiro se valoriza apenas 6,8% nas atuais condições.

Segundo cálculos da Anefac, as cadernetas de poupança vão continuar mais interessantes frente aos fundos de renda fixa quando a taxa de administração cobrada nestas aplicações financeiras forem superiores a 2,5% ao ano. "Mas são taxas negociáveis. Não é preciso ter uma grande quantia investida para conseguir condições melhores", afirma o diretor-executivo da associação, Miguel Ribeiro de Oliveira.

Na opinião do especialista em finanças pessoais Armando Cruz, os fundos concorrentes só valem a pena quando ficam aplicados por mais de 24 meses, quando geralmente o desconto do Imposto de Renda é menor. "Não adianta trocar o dinheiro sem se planejar e ter um objetivo em vista. A poupança ainda é atraente pela facilidade, mas quem tem o mínimo de informação sobre as outras opções deve ponderar se vale a pena passar a investir de forma diferente", explica.

Segundo ele, não é recomendável tirar o dinheiro que já está aplicado na poupança, mas avaliar se as novas economias não devem ser diversificadas. "Não parece provável no curto prazo, mas a poupança pode voltar a ser mais interessante. As pessoas não devem mudar o dinheiro de investimento, principalmente se for a ‘poupança antiga’", completa. As poupanças anteriores a maio de 2012 contam com um rendimento diferente em cenário de juros baixos – e são levemente mais rentáveis.

Tesouro muda para atrair iniciantes

O governo federal vai promover uma reformulação no Tesouro Direto, sistema de negociação de títulos do Tesouro Nacional. Novos nomes para as modalidades de investimento e produtos mais simples terão como objetivo atrair o investidor iniciante.

O objetivo é conquistar de vez os investidores que costumam flertar com os títulos públicos, mas não têm coragem de se arriscar. Atualmente, os títulos do Tesouro têm nomes complicados e usam siglas ainda mais confusas, como NTN e LTF. "Para o investidor com menos conhecimento, essas letras não querem dizer nada. A mudança é fundamental", explica o especialista em finanças pessoais Armando Cruz. Segundo a gerência de relacionamento do Tesouro, as mudanças devem ser oficializadas em junho.

Outro desafio é tornar mais clara a forma de remuneração dos títulos na hora da compra. "É um retorno mais elaborado que o conferido na poupança, mas não é tão simples perceber", afirma Cruz.

Os títulos já foram criados como forma de atrair o pequeno investidor – o investimento mínimo é de R$ 30 e a compra e venda dos papéis é feita pela internet.

Entre outras mudanças, estão o cancelamento do pagamento semestral de alguns títulos e a venda de papéis sem intermediários. Uma possibilidade, inclusive, seria a compra dos títulos por boleto bancário. "É uma aplicação extremamente segura e que deveria ser mais popular. As mudanças podem ser muito úteis para o pequeno investidor", afirma o diretor-executivo da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

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