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Crédito

Juro ao consumidor deve parar de cair, prevê Banco Central

Veja as taxas médias praticadas e as projeções para o mercado |
Veja as taxas médias praticadas e as projeções para o mercado (Foto: )

Brasília - A expectativa de alta na taxa básica de juros já começou a anular o impacto positivo da queda da inadimplência sobre o mercado de crédito. Para o Banco Central, a elevação no custo de captação de recursos por parte dos bancos, verificado desde o fim do ano passado, impede a redução maior dos juros ao consumidor. A tendência, segundo economistas, é a de encarecimento nos financiamentos nos próximos meses.

Em fevereiro, os juros bancários caíram para 34,3% ao ano, mesmo porcentual de dezembro. Para a pessoa física, fecharam em 41,9%, a menor taxa desde o início da série histórica, em 1994. A queda se deu em todas as modalidades – como cheque especial, crédito pessoal e capital de giro para empresas – e reflete a redução do "spread" bancário, que é a parcela que embute custos, risco de inadimplência e lucros.

Dados parciais do BC para março, porém, mostram que a nova queda do "spread" foi compensada por um novo aumento no custo de captação dos bancos. Com isso, os juros pararam de cair. Esse comportamento já havia sido registrado no fim de 2009, quando o mercado financeiro passou a apostar em um aumento da taxa Selic a partir de abril.

"A expectativa é a de redução da inadimplência e isso se reflete no "spread’, mas estamos observando aumento no custo de captação das instituições financeiras e isso, sem dúvida, é repassado ao consumidor", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Para o economista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, a alta na taxa básica de juros (Selic) terá impacto sobre consumidores e empresas, mas não o suficiente para deter o avanço do crédito em 2010.

"O aumento da Selic vai produzir uma piora nas condições dos empréstimos, mas as taxas de juros estão em patamares historicamente baixos", diz.

O governo também mantém a expectativa de continuidade na recuperação do crédito. O total de empréstimos concedidos no país chegou a R$ 1,44 bilhão em fevereiro, o equivalente a 45% do PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país em dado período).

Bancos públicos

O crédito em geral cresceu 0,8%, muito pouco em comparação ao aumento registrado nos bancos públicos, segundo Márcio Percival, vice-presidente da Caixa Econômica Federal. No banco, a expansão em fevereiro foi de 4,3%. Os empréstimos de pessoa jurídica cresceram 4,6% no mês. Na pessoa física, a alta foi de 2,3%. O crédito para habitação subiu 4,4%. Apenas neste primeiro trimestre do ano, até segunda-feira, foram financiados R$ 10 bilhões. Entre os bancos públicos, a Caixa foi quem mais cresceu. "A inadimplência continua caindo, em linha com a do mercado que recuou 5.3%", segundo Percival.

Quanto aos juros, de acordo com Percival, as taxas mínima e máxima permaneceram as mesmas desde agosto de 2009, em várias modalidades. Dados do BC indicam que taxas médias da Caixa subiram. Para Percival, o que mudou foi o perfil de quem toma crédito. "Por que não subiu a taxa de outros bancos? A resposta é que a taxa mudou onde aumentou o crédito", diz.

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