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Juros

Juro ao consumidor sobe e atinge maior patamar desde março de 2012

A maior taxa continua sendo a do cartão de crédito, que subiu de 10,90% para 11,22% ao mês. | Marcos Santos/USP Imagens
A maior taxa continua sendo a do cartão de crédito, que subiu de 10,90% para 11,22% ao mês. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O brasileiro pagou mais caro para tomar crédito em dezembro. Em seis linhas de financiamentos aos consumidores pesquisadas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), entre elas cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, empréstimo pessoal em bancos e financeiras e crédito para a compra de veículos, todas apresentaram alta de juros.

A taxa média dessas operações subiu de 6,14% ao mês em novembro para 6,30% em dezembro. Anualizado, o juro pago pelo consumidor chega a 108,16%. Tanto a taxa mensal quanto a anualizada estão no maior patamar desde março de 2012.

A maior taxa continua sendo a do cartão de crédito, que subiu de 10,90% para 11,22% ao mês (258,26% ao ano). Em seguida, ficou o cheque especial, cuja taxa saltou de 8,56% para 8,92% (178,80% ao ano).

O juro do empréstimo pessoal em financeiras subiu de 7,30% para 7,34% (133,96%). Nos bancos, o juro cobrado no empréstimo pessoal subiu de 3,51% para 3,61% (53,05%). O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para a compra do automóvel zero teve a taxa elevada de 1,82% para 1,84% (24,46%). No comércio, a taxa cobrada de quem faz crediário subiu de 4,75% para 4,85% (76,53% ao ano).

Este ano, o cenário traçado por especialistas é que o crédito fique mais escasso e mais caro. Na avaliação de Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac, a elevação da taxa básica de juros (Selic) se reflete nos juros cobrados do consumidor. E há previsões de novas altas este ano, com a Selic podendo fechar o ano em 12,5%.

Alta de 20,1 pontos porcentuais

Considerando todas as elevações promovidas pelo Banco Central desde abril de 2013, a Selic passou de 7,25% ao ano para os atuais 11,75%, uma alta de 4,5 pontos percentuais. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física nas linhas de crédito apresentou uma elevação de 20,19 pontos percentuais passando de 87,97% ao ano para os atuais 108,16%.

Para Miguel Ribeiro de Oliveira, o atual cenário econômico, com baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação em alta e elevado endividamento das famílias aumenta o risco do crescimento da inadimplência. Com isso, os bancos acabam elevando os juros para se prevenir.

"A inflação elevada e os juros maiores reduzem a renda das famílias. Além disso, há o baixo crescimento econômico do país, que deve provocar alta do desemprego. E as expectativas para 2015 continuam negativas, levando as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência", diz Ribeiro de Oliveira.

Com previsão de novas altas da Selic, a expectativa é que os juros para os consumidores continuem subindo nos próximos meses.

Outra pesquisa, esta feita pelo Procon de São Paulo, apontou alta da taxa média cobrada pelo cheque especial e estabilidade no juro do empréstimo pessoal. De sete bancos pesquisados, cinco aumentaram a taxa de cheque especial. Já no empréstimo pessoal, apenas um banco elevou sua taxa.

Os demais permaneceram com os mesmos índices praticados no mês anterior. A taxa média do cheque especial subiu para 10,37% em janeiro, dos 10,15% praticados em dezembro. Já nos empréstimos pessoais o juro se manteve em 5,85% ao mês, mesmo percentual de dezembro.

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